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Jovens que não pagaram passagem são retirados de ônibus pela PM do Rio

Jovem entra pela janela em ônibus em Benfica, na zona norte do Rio. Depois, policiais militares entraram no veículo e retiraram do ônibus o rapaz, que teve de seguir o caminho a pé - Fabiano Rocha/Extra/Agência O Globo
Jovem entra pela janela em ônibus em Benfica, na zona norte do Rio. Depois, policiais militares entraram no veículo e retiraram do ônibus o rapaz, que teve de seguir o caminho a pé Imagem: Fabiano Rocha/Extra/Agência O Globo

Do Rio

27/09/2015 14h44

Três jovens que haviam entrado em um ônibus sem pagar pela passagem foram retirados do veículo durante uma blitz de policiais militares em Copacabana (zona sul do Rio) e, em vez de serem acolhidos pela Secretaria Municipal de Assistência Social, foram conduzidos a outro ônibus municipal que seguia rumo ao centro e orientados a voltar para casa.

Eles entraram no ônibus de graça, por ordem dos policiais, mas o veículo não iria até Bangu (zona oeste), onde o trio mora. Para chegar em casa, eles teriam que desembarcar na Central do Brasil e tomar outro ônibus, mas não tinham nenhum dinheiro. "Nosso trabalho é não deixar chegarem a Copacabana", afirmou um PM, que não quis se identificar nem explicou o critério usado para chamar ou não a assistência social.

Só dois rapazes conversaram com a reportagem - um deles disse ter 14 e outro 17 anos. O terceiro é maior de idade, segundo os amigos. Eles haviam tomado um ônibus de Bangu até a Central e ali embarcaram no 455 rumo a Copacabana. Foram abordados numa blitz na avenida Princesa Isabel, no início do bairro da zona sul, e admitiram ter entrado no ônibus pela porta de trás. "Sempre fazemos isso", disse o rapaz de 14 anos. Eles disseram não ter dinheiro nenhum - no bolso de um deles havia um maço de cigarros.

Após retirá-los do ônibus, os policiais debateram sobre o que fazer e decidiram mandá-los de volta para casa. Atravessaram a avenida, pararam um ônibus 472 e avisaram o motorista que o trio poderia entrar sem pagar a passagem. Sem convicção, os adolescentes afirmaram que iriam mesmo para casa.