Delegado da Lava Jato diz que ministro tem que ter compromisso contra corrupção
A celeuma criada em torno da possível nomeação de Mariz surgiu de sua atuação como defensor de empreiteiros investigados pela força-tarefa e também por ter assinado manifesto contra a Lava Jato, em janeiro de 2016. As críticas do advogados se referem ao instrumento da delação premiada.
"Acredito que o trabalho até aqui realizado e o envolvimento da sociedade em torno da mudança da imagem do País interna e externamente é um processo irreversível, mas que precisa ser defendido", afirmou o delegado.
A condução da Lava Jato pelo juiz federal Sérgio Moro já foi objeto de elogios, no início das investigações, em março de 2014, e, nesta fase atual, começou a receber críticas de vários juristas do País. As desaprovações se avolumaram no dia em que o magistrado autorizou a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sala do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A medida foi vista por vários acadêmicos da área como desnecessária. Mas antes que Lula fosse levado a depor sob transmissão televisiva de todo o País, a operação já chegara a ser alvo de divergências entre juristas pelo volume das delações premiadas, das coercitivas e pelas frequentes aparições públicas de Moro.
"Seu senso de heroísmo está equivocado. O juiz-herói é aquele que tem a coragem da discrição, a obsessão com a imparcialidade. Aquele que não negocia direitos fundamentais mesmo quando estes atrasam a investigação. O desafio é impedir que a Lava Jato naufrague, e que não desperdice mais uma vez a oportunidade histórica", declarou ao professor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, Conrado Hubner Mendes.
Em outras frentes, Moro foi ovacionado. Nos protestos de rua de março contra o governo Dilma, o juiz foi tratado como herói por alguns manifestantes na Avenida Paulista.
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