Para ministro da Justiça, não há necessidade de mudar legislação sobre delações
Após a divulgação de áudio no qual o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defende mudanças nas regras das delações premiadas para evitar que pessoas presas optem pela colaboração à Justiça, o ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, elogiou nesta quarta-feira (25), o instrumento e disse não ver a necessidade de alterar a legislação das delações.
"Não acho que haja a necessidade de alterar a legislação das delações premiadas. A Polícia Federal, o Ministério Público Federal, o Judiciário e a defesa participam do processo. O advogado de defesa pode inclusive impugnar [a colaboração à Justiça]. Não há que de falar em falta de fiscalização ou falhas nas delações", afirmou, após solenidade no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Moraes lembrou que a delação premiada é um instrumento recente no ordenamento jurídico brasileiro, apesar de ser usado há mais de cem anos em outros países. "A delação é um meio de prova inteligente para o combate ao crime organizado, seja violento ou de corrupção. Não adianta prender o quarto escalão dessas organizações, porque ele se renova rapidamente. A delação permite se atacar 'a cabeça' das organizações criminosas", acrescentou.
Depois da queda de Romero Jucá do cargo de ministro do Planejamento na última segunda-feira (23), por ser sido flagrado em um áudio supostamente defendendo um pacto para barrar as investigações da Operação Lava Jato ainda em março deste ano, Moraes reafirmou que o governo do presidente em exercício, Michel Temer, dará todo o apoio necessário à Polícia Federal para continuar a operação.
"O presidente Temer e o Ministério da Justiça reiteram o posicionamento do governo de total apoio e garantia à independência da Polícia Federal. Garantiremos todos os recursos necessários para aprofundar e dar celeridade à Lava Jato", completou.
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