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Ex-tesoureiro do PT, Paulo Ferreira se entrega à Justiça em São Paulo

Diretório Nacional do PT, em SP, também foi alvo da operação - Suamy Beydoun/Futura Press/Estadão Conteúdo
Diretório Nacional do PT, em SP, também foi alvo da operação Imagem: Suamy Beydoun/Futura Press/Estadão Conteúdo

Em São Paulo

24/06/2016 15h12

O ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira se entregou na tarde desta sexta-feira (24) à Justiça Federal em São Paulo. Ele teve a prisão preventiva decretada pelo juiz federal Paulo Bueno de Azevedo, da 6ª Vara Federal, na capital paulista, na Operação Custo Brasil, desdobramento da Lava Jato.

O ex-tesoureiro é suspeito de envolvimento no esquema de fraude com empréstimos consignados, a partir de um contrato do Ministério do Planejamento, em 2010, na gestão do então ministro Paulo Bernardo, marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PT). O ex-ministro foi preso nesta quinta-feira (23).

A Justiça decretou a prisão de 11 investigados, entre eles, Ferreira e Paulo Bernardo.

Entenda como foi a operação da PF

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Ontem, enquanto os agentes da PF percorriam endereços de Brasília na tentativa de encontrar Ferreira, ele dava entrevistas à imprensa por telefone. Dizendo-se tranquilo, almoçou em casa.

A Custo Brasil foi deflagrada às 6h. Os agentes da PF foram a um imóvel que seria de Ferreira na capital federal, mas foram informados de que ele não mora mais no local. Em seguida, bateram, sem sucesso, na sede do PT. O advogado do partido avisou que o ex-tesoureiro não aparecera ali. Eram 11h30.

Ao longo da manhã, Ferreira atendeu aos telefonemas de jornalistas e informou que estava em casa, em Brasília, "completamente à disposição" da PF.

Primeiro, conversou com repórter da Rádio Gaúcha. "Estou tranquilo em relação a isso e acho natural que em algum momento surja meu nome, como surgiram na Operação Lava Jato alguns empresários dizendo que tinham ligação comigo. Isso faz parte da política", disse o ex-tesoureiro à rádio.

Em seguida, Ferreira falou ao jornal "O Globo": "Estou aqui aguardando. Ninguém me procurou ainda. Parece que tem um mandado e, como não me localizaram, disseram até que estou foragido".

Por volta das 13h, a reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" ligou para o ex-tesoureiro. Uma mulher atendeu e explicou que ele só não falaria porque estava almoçando.

À tarde, o ex-tesoureiro --que é marido da ex-ministra Tereza Campelo (Desenvolvimento Social)-- desligou o celular. Às 19h desta quinta-feira, além dele, a PF considerava foragido o advogado Guilherme Gonçalves, acusado de receber suborno para o ex-ministro Paulo Bernardo. Os demais nove mandados de prisão preventiva foram cumpridos.