Conversa entre guarda-civil e Central será apurada, diz Haddad
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta quinta-feira (30) que a revelação publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, de que o guarda Caio Muratori trocou informações com a Central de Comunicação (Cetel) da Guarda Civil Metropolitana (GCM) antes da perseguição e morte de uma criança de 11 anos na zona leste da capital, será incluída no processo administrativo disciplinar instaurado na última segunda-feira.
Muratori disse que, antes de iniciar a perseguição, acionou a Central e informou a rede sobre a ocorrência. "Eles me pediram mais informações, como placa e localização, e disseram que mandariam reforços, que não chegaram a tempo. Se fosse para eu abortar a missão, eles já teriam dito", afirmou o guarda-civil. O secretário municipal de Segurança Urbana, Benedito Mariano, encaminhou nesta quinta cópia dos áudios da conversa entre o guarda e a Central à Corregedoria da Guarda e ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso.
Segundo Haddad, a declaração do guarda pode ser comprovada, já que as conversas com a Cetel são gravadas. "Essa informação é nova", afirmou.
O prefeito explicou que será apurado o envolvimento de outras pessoas, além dos três guardas-civis que participaram da ocorrência. "Se ele recebeu (informação errada da Cetel), outra pessoa rompeu o protocolo. Se ele ligou para a Central, disse isso e recebeu uma orientação equivocada, isso está gravado", afirmou Haddad.
"Que houve falha, nós já sabemos, mas de quem? Vamos apurar as responsabilidades. Vamos verificar o que é verdade para chegar a uma conclusão."
Normas
Os guardas responderão por terem desrespeitado ao menos duas normas internas da corporação. Em uma delas, de 2008, é vetada a perseguição a veículos em atitudes suspeitas. A outra, de fevereiro deste ano, diz para "não manusear arma no interior de viatura, não disparar contra veículo em fuga e não sacar a arma no interior de viatura antes do desembarque".
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