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Para acelerar impeachment, senadores do PMDB não devem fazer perguntas para Dilma

25/08/2016 17h11

Brasília - O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), disse que vai orientar a bancada a não fazer perguntas para a presidente afastada Dilma Rousseff na próxima segunda-feira, 29.

A estratégia faz parte do plano dos aliados do presidente em exercício, Michel Temer, para acelerar o desfecho do julgamento do impeachment. O PMDB tem hoje a maior bancada do Senado, com 19 senadores.

O líder peemedebista disse que está conversando com os correligionários e que vai respeitar aqueles que não abrirem mão de se manifestar. Nomes do partido que apoiam a presidente afastada, como a senadora Kátia Abreu (TO) e Roberto Requião (PR), por exemplo, devem usar o tempo a que tem direito para defender Dilma na ocasião.

A vinda de Dilma ao plenário do Senado para fazer a sua defesa está prevista para segunda-feira, 29. Ela terá 30 minutos para fazer uma exposição inicial e depois poderá ser interrogada pelos 81 senadores. Cada um terá cinco minutos para fazer perguntas, mas não há limite de tempo para resposta da presidente afastada.

Para acelerar o processo, o PMDB também vai evitar fazer perguntas para as testemunhas que vão depor durante o julgamento. Nesta quinta, apenas o senador Waldemir Moka (MS) está inscrito para inquirir o procurador Júlio Marcelo de Oliveira, representante do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Elogios

Ao afirmar que não pretende questionar Dilma na próxima segunda-feira, Eunício fez elogios à petista. "Eu tenho respeito por ela. Não há por que hostilizá-la", disse.

Para o peemedebista, não há dúvida de que Dilma é "uma mulher honesta". Ele disse acreditar que o processo de impeachment avançou não apenas porque ela cometeu erros técnicos, mas porque perdeu sustentação política. Eunício destacou que esse foi o motivo que fez com que outros três presidentes não conseguissem terminar os seus mandatos: Getúlio Vargas, João Goulart e Fernando Collor.