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Homem que hostilizou Lindbergh é sócio de empresa de segurança

O senador Lindbergh Farias - Jonas Pereira/Agência Senado
O senador Lindbergh Farias Imagem: Jonas Pereira/Agência Senado

Do Rio de Janeiro

28/09/2016 16h25

O homem que hostilizou o senador Lindbergh Farias (PT) na saída de um restaurante na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, na última sexta-feira (23), foi identificado pelo próprio senador como Claudio Roberto Baldaque Guimarães. Ele é sócio da empresa BMC Segurança e Vigilância Privada e já havia se envolvido em pelo menos outra ocorrência policial: em julho de 2015, foi preso em flagrante num outro restaurante, dessa vez na Lagoa, na zona sul, por ter atirado para o alto com uma pistola dentro do local.

Na ocasião, Guimarães e um amigo, embriagados, estavam na varanda do centro gastronômico do Lagoon, à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas, e se puseram a tirar selfies com um celular e uma pistola automática nas mãos. A arma seria de Guimarães, conforme divulgado à época.

Em seguida, ele fez disparos para o alto. Os frequentadores ficaram apavorados. A polícia chegou rapidamente e deteve a dupla, que foi autuada por disparo de arma de fogo e porte ilegal de arma de fogo.

Guimarães tem 37 anos. A BMC presta serviços de vigilância pessoal e patrimonial, de monitoramento e de inteligência, entre outros. A empresa tem clientes importantes, como o metrô do Rio e o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram).

A reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" tentou contato com Guimarães pelo telefone da empresa, mas ele não foi localizado.

Reconhecimento

Lindbergh Farias o identificou por meio de fotos. Na sexta-feira (23), ele estava com a mulher, a educadora Maria Antonia Goulart, e três amigas, quando foi atacado por Guimarães e uma mulher que o acompanhava.

Imagens de celulares divulgadas nas redes sociais mostram o senador sendo xingado de "ladrão" e "pilantra" por eles, ambos bastante alterados. Lindbergh reagiu. Maria Antonia tentou apartar e foi jogada no chão por Guimarães - machucou os joelhos e os antebraços, o que foi registrado num exame de corpo de delito a que se submeteu em seguida. O caso foi registrado na delegacia da Gávea, onde fica a residência do casal.

Durante o jantar, o senador, a mulher e as amigas notaram que uma pessoa os filmava com um celular, segundo Maria Antônia contou em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo" na segunda-feira (26). Eles não trocaram palavras então. Na saída, deu-se o ataque. Maria Antonia confirmou que o senador partiu para a briga ao ser insultado e ao vê-la derrubada no chão.

"Na calçada, quase entrando no carro, ele e a mulher vieram como loucos, bem alterados, nervosos, agressivos. Jamais na vida passei por uma situação como essa, alguém chegar do nada, tirar a camisa no meio da rua. Uma coisa completamente gratuita", contou Maria Antonia.

"Se ele estivesse em grupo, Lindbergh estaria na UTI. Ele brigou também, ou então ficaria apanhando. A gente estava tentando entrar no carro e o cara ainda chutou, amassou a lataria. Não se pode naturalizar uma coisa dessa, é muito grave. Se for assim, a gente entra na barbárie. Então passa o Eduardo Cunha na rua, e a gente vai espancar ele e a mulher dele?", questionou a mulher do senador.

No Facebook, o senador contou que o homem gritava a frase "quem apoia Lula não pode jantar aqui". "Não serei intimidado pelos porta-vozes do ódio. É lamentável que as ideias sejam substituídas pela violência, que algumas pessoas sintam-se no direito de perseguir, ofender, ameaçar e agredir fisicamente quem pensa diferente, e que tal episódio tenha ocorrido na presença de meus familiares."