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Renan: teria muita dificuldade de participar de qualquer encontro com Moraes

O presidente Michel Temer com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes - Pedro Ladeira/Folhapress
O presidente Michel Temer com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Em Brasília

25/10/2016 19h22

 Em mais uma alfinetada no ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), esnobou a eventual presença do titular do ministério no encontro articulado pelo presidente Michel Temer amanhã com a sua presença, a do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, para reduzir a tensão institucional após quatro policiais legislativos da Casa terem sido presos sob a acusação de tentar obstruir a Operação Lava Jato.

"Ministro da Justiça? Ele representa qual Poder?", questionou Renan, na entrada do seu gabinete logo após se reunir com o prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB). "Teria muita dificuldade de participar de qualquer encontro com o ministro da Justiça que protagonizou um espetáculo contra o Legislativo", completou.

Renan tem questionado a atuação de Moraes desde que o titular da Justiça disse na sexta-feira (21) que os policiais do Senado extrapolaram das suas funções. Ontem, o peemedebista chegou a chamar o ministro de "chefete de polícia".

Juizeco

O presidente do Senado apoiou as declarações de hoje cedo da presidente do STF. "Onde um juiz for destratado, eu também sou", disse a magistrada em sessão do Conselho Nacional de Justiça sem citar nominalmente Renan. O peemedebista havia chamado ontem o juiz Vallisney de Souza Oliveira, responsável pela operação contra o Senado, de "juizeco".

"Cármen fez pelo Judiciário o que eu fiz pelo Senado", disse Renan, que, entretanto, ressalvou que faltou da parte da presidente do STF uma reprimenda em relação ao fato de o juiz de primeira instância ter determinado uma ordem contra o Senado, o que, em seu entender, deveria ter sido decretada pela Suprema Corte.

"Enquanto o juiz de primeiro grau usurpar a prerrogativa do STF, não dá para chamá-lo no aumentativo", respondeu Renan, quando questionado se teria exagerado nos comentários ao magistrado.