Um ano após incêndio, governo inicia restauração do Museu da Língua Portuguesa
Quem passa pela Avenida Tiradentes já consegue ver andaimes na fachada da frente do prédio e tapumes na calçada - montagem teve início no dia 12. "É uma obra pública que começa com a equação resolvida. Isso pode nos ajudar, talvez, a antecipar a entrega", afirmou o secretário Estadual da Cultura, José Roberto Sadek, que fez uma visita ao canteiro de obras pela manhã.
Do total de investimento, R$ 34 milhões são da indenização do seguro contra incêndio. Uma "aliança solidária" com a iniciativa privada foi feita para pagar o restante da obra. São R$ 20 milhões da empresa portuguesa EDP, R$ 10 milhões do Grupo Globo e R$ 6 milhões do Itaú, segundo o secretário. "A soma passa dos R$ 65 milhões, então há uma reserva para ajudar nos primeiros momento da implantação do museu", afirma Sadek.
O restauro das quatro fachadas e das esquadrias deve ser concluído em outubro de 2017, período em que também está prevista a contratação do projeto arquitetônico. "O prédio é muito emblemático para a cidade. A ideia é manter a característica mais original possível, quer seja na cor quer seja em seus elementos", diz Wallace Alves, gerente das obras de restauração.
Com a contratação do projeto, têm início as obras para reconstrução da cobertura. O material usado será o zinco, o mesmo empregado antes e que derreteu no incêndio de dezembro de 2015. A reforma também chega em 2018 aos ambientes reservados para exposição, que formam a área mais afetada pelo fogo até a torre do relógio.
Segundo Sadek, ainda não há programação prevista para inauguração. "Todas as energias estão voltadas para recuperar o prédio e fazer a construção. Vamos botar o transatlântico na água. As exposições serão vistas mais adiante", diz.
Obras
Antes do restauro começar, foram necessárias obras emergenciais na Estação da Luz. Por dois meses, guindastes interditaram a rua para remover escombros e retirar materiais consumidos pelo fogo que começou no primeiro andar e se alastrou pelo prédio. "Como as paredes do perímetro ficaram intactas, nós fizemos a escoragem", diz Sadek. Também foi realizada a impermeabilização da estrutura, para evitar que entrasse água da chuva no prédio.
"Ficamos trabalhando fisicamente no prédio por quase oito meses para manter o prédio em bom estado, apesar de não estar construído", diz o secretário. Nesse período, o projeto também foi aprovado pelos três órgãos de proteção ao patrimônio histórico (o federal Iphan, o estadual Condephaat e o municipal Conpresp - o edifício é tombado nas três esferas).
O secretário promete "a mais moderna tecnologia de segurança contra incêndios", mas diz que os equipamentos só serão especificados no projeto que ainda será concluído. "Hoje, temos vidros que não estouram com o calor, temos sensores diferentes e dispositivos que não precisam nem de água mais - usam gases para combater o fogo", afirma Sadek. As treliças da cobertura serão de metal, e não mais de madeira, além de cabeamento não inflamável no prédio. "A gente vai redobrar a atenção nessa questão", disse Wallace Alves.
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