Topo

Do lado de fora de penitenciária no RN, lágrimas e notícias desencontradas

16/01/2017 08h32

Após o motim que durou 14 horas, mães, mulheres e filhos choravam do lado de fora da maior penitenciária do Rio Grande do Norte, enquanto aguardam notícias sobre mortos e feridos. De mãos dadas, em círculos, elas rezavam e se desesperavam.

Mulher de um dos presos do pavilhão 4, Natalia Melo, 30, contou que foi uma das últimas pessoas a sair sábado (14) da visita. Segundo ela, estava tudo calmo até então.

"Foi a gente sair que começou isso. Não tenho notícia do meu marido. Ninguém passa informação e ninguém dos direitos humanos veio nos ajudar", lamentou Natalia. Antônio Neto, 30, cumpre pena por tráfico de drogas e homicídio. Apesar das trocas de mensagens e telefonemas com os presos, na noite de sábado ela ainda não sabia se o marido está vivo.

As mulheres chegaram ao presídio assim que a notícia da rebelião se espalhou. Como a cadeia estava sem luz e a polícia cercava o local, elas foram mantidas longe por segurança. A polícia temia uma fuga em massa.

A angústia aumentou quando homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar, do Grupo de Operações Especiais dos Agentes Penitenciários e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) entraram na unidade para retomar o controle. Elas temiam uma nova matança.

"Estou desesperada, meu filho está machucado. Levou uma pedrada na cabeça, mas conseguiu fugir do pavilhão onde começou a rebelião. Tenho medo que ele morra. Ele fez 20 anos há poucos dias, dentro dessa penitenciária", afirmou Cristiane da Silva, mãe de Josimar da Silva Firmino, preso por tráfico.

Arredores

O comandante-geral da PM do Rio Grande do Norte, coronel André Azevedo, disse que nenhuma ocorrência relacionada à rebelião em Alcaçuz foi registrada na região. "Tivemos uma madrugada tranquila."

Governo confirma 26 mortes em presídio do RN

Band Notí­cias