Yunes diz ter intermediado "envelope" em nome de Padilha
A encomenda, segundo ele, foi entregue em setembro de 2014, pouco antes da eleição presidencial na qual a chapa Dilma-Temer foi reeleita, pelo doleiro Lúcio Funaro, apontado por investigadores da Operação Lava Jato como operador do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Yunes disse que resolveu falar sobre o assunto para contestar a versão do engenheiro da Odebrecht, Cláudio Melo, que, em delação premiada, disse que Yunes recebeu em seu escritório a quantia de R$1 milhão para ser repassado para campanhas peemedebistas, via caixa 2.
O advogado afirma desconhecer o teor do envelope do qual serviu de "mula". "O Padilha me ligou e me perguntou se eu poderia receber um documento que depois seria pego por outra pessoa. Eu disse que não teria problema", disse. Questionado, ele disse não lembrar o tamanho e a espessura do envelope.
Ele também disse que conheceu Funaro naquele dia. "Ele chegou, se apresentou, nós conversamos um pouco sobre política e depois ele foi embora. Mais tarde uma pessoa foi buscar a encomenda que havia sido deixada pelo Lúcio na mão de minha secretária. Esse envelope me passou lá como um documento. Eu jamais violaria um envelope", disse.
Yunes afirmou ainda que foi a primeira e única vez que recebeu documentos em nome de Padilha. "Como ele também é advogado e milita na área imobiliária, eu não vi problema. Não poderia imaginar que era dinheiro, até porque nunca mexi com dinheiro de campanha", disse.
O advogado, que pediu demissão do governo logo após a divulgação do conteúdo da delação de Melo, disse que pretende entrar com uma ação judicial contra o ex-executivo da Odebrecht.
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