Topo

'Doria já está puxando o tapete de Alckmin', diz Chinaglia em Lisboa

Célia Froufe, enviada especial

Lisboa

20/04/2017 11h45

O deputado Arlindo Chinaglia (PT) avaliou nesta quinta-feira, 20, que o prefeito de São Paulo, João Dória, vai concorrer à Presidência da República, apesar de suas recentes afirmações de que permanecerá à frente da administração da maior cidade do País. "A essa altura, tudo indica que ele só não é perfeito porque é modesto, porque ele já está achando o governo do Estado pouco para ele. Acho que ele já está puxando o tapete do Alckmin (governador de São Paulo, Geraldo Alckmin), que é o padrinho dele", disse ele a jornalistas.

O deputado, que conversou com a imprensa após participar de um seminário na área jurídica em Lisboa, citou a rejeição do prefeito, de 32%, segundo pesquisa publicada nesta quinta pelo jornal O Estado de S. Paulo. "O Lula (ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva) tem a maior intenção de votos", citou sobre o líder petista.

Para Chinaglia, a rejeição ao tucano ainda tende a subir nos próximos meses. "Ele acha que só ele é esperto na face da Terra, tem rejeição (de 32% segundo a mostra) e o marketing dele ainda não fez todo o efeito que imagino que vai ter. Acho que vai subir mais (a rejeição) porque essa coisa tem limite", declarou.

Na avaliação do parlamentar, foi descabida a abertura do teor da conversa que o prefeito teve na quarta-feira, 19, com o Papa Francisco. No encontro, ele disse que pediu ao pontífice que revisse sua posição e fosse ao Brasil em outubro para comemorar os 300 anos da padroeira do País, Nossa Senhora de Fátima.

"O Doria coloca o Papa na roda e se acha tão esperto. Se quer que o Papa vá (ao Brasil), não devia ter divulgado a conversa. Coloca o Papa numa situação ruim: se ele for, é porque o Doria pediu e, se não for , é porque não teve a sensibilidade que o Doria achou que ele deveria ter."

Chinaglia também fez críticas a toda a atuação pública do prefeito. "Para quem diz que não é político... meu Deus", afirmou em relação ao fato de o tucano se declarar um gestor, e não um político. O deputado conversou com jornalistas após participar do último dia do V Seminário Luso-Brasileiro de Direito, realizado desde terça-feira, em Lisboa. O evento é promovido pela Escola de Direito de Brasília do Instituto Brasiliense de Direito Público (EDB/IDP) e pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL).