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Rio espera aderir ao programa de recuperação fiscal em dez dias

9.jan.2017 - O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), se reúne com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para aderir ao recém-criado Regime de Recuperação Fiscal - Márcia Foletto/Ag. O Globo
9.jan.2017 - O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), se reúne com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para aderir ao recém-criado Regime de Recuperação Fiscal Imagem: Márcia Foletto/Ag. O Globo

Vinicius Neder

No Rio

26/05/2017 08h04

Após conseguir aprovar a elevação da contribuição previdenciária dos servidores públicos de 11% para 14% do salário bruto, o governo do Estado do Rio pretende procurar o governo federal para firmar a adesão ao RRF (Regime de Recuperação Fiscal) em no máximo dez dias.

Segundo o secretário de Estado da Casa Civil, Christino Áureo, o contato formal para assinar o plano de recuperação fiscal será feito após aprovar mais três projetos na Alerj (Assembleia Legislativa). Dois deles foram enviados para apreciação dos deputados estaduais ontem. O terceiro pode ser enviado ainda nesta sexta-feira (26).

Foram enviados, na quinta (25), o projeto de lei que pede autorização para aderir ao Regime de Recuperação Fiscal e o que muda as regras de concessão de pensões. O terceiro projeto impõe "normas e diretrizes" ao orçamento.

"Estamos mantendo as conversas na área técnica, com a Secretaria do Tesouro Nacional, mas o contato formal para estabelecer o cronograma de assinatura do plano de recuperação fiscal será feito tão logo a gente complete esse check list", disse o secretário. "Estamos trabalhando com a perspectiva de conseguir fazer isso em mais uma semana ou dez dias".

Áureo reconheceu que a crise política gerada pela revelação da delação dos executivos da JBS pode atrasar o processo, mas classificou esse elemento como "imprevisível".

"A gente está observando o cenário e está muito focado em conseguir a nossa parte porque essa outra variável a gente não controla", disse o secretário.

Ele citou medidas de ajuste tomadas pelo governo fluminense. Além da elevação da contribuição previdenciária dos servidores para 14%, a lista inclui a redução nos incentivos fiscais oferecidos a empresas, o aumento do ICMS sobre alguns setores, a autorização para privatizar a companhia estadual de saneamento, a Cedae, e o aperto na fiscalização para ampliar a arrecadação de tributos.

"Consideramos que a gente já cumpriu as medidas mais estruturantes", afirmou Áureo.

O secretário demonstrou otimismo sobre o cronograma. Segundo Áureo, com início do processo de adesão ao RRF em no máximo dez dias, será possível cumprir a expectativa do secretário de Estado da Fazenda, Gustavo Barbosa, de contratar o novo empréstimo, de R$ 3,5 bilhões, com garantia das ações da Cedae, em cerca de 60 dias.

O recurso é fundamental para colocar salários em dia. Com maio chegando à última semana, 207 mil servidores ativos, inativos e pensionistas ainda não receberam os salários de abril. Essa parte da folha custa R$ 560 milhões. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".