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Acordo para eleições indiretas não está na agenda hoje, diz Alckmin

Prefeito João Doria e o governador Geraldo Alckmin estiveram lado a lado na tarde deste sábado - BRUNO ROCHA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Prefeito João Doria e o governador Geraldo Alckmin estiveram lado a lado na tarde deste sábado Imagem: BRUNO ROCHA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

27/05/2017 17h20Atualizada em 27/05/2017 19h27

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), negou neste sábado que haja um acordo entre diferentes partidos para utilizar uma eventual eleição indireta para eleger um nome e colocar o Congresso Nacional contra a operação Lava Jato.

Uma das principais lideranças nacionais tucanas e que pretende concorrer às eleições gerais em outubro do ano que vem, Alckmin afirmou que nenhum acordo desse tipo está na agenda e que é preciso garantir o encaminhamento das reformas antes de conversar sobre eleição indireta.

"Hoje a pauta é trabalhar, tentar acelerar as reformas, acredito que possamos rapidamente no Senado aprovar a reforma trabalhista", disse o tucano quando perguntado sobre o suposto "acórdão".

Nos bastidores, Alckmin articula o nome do presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), para uma eleição indireta, garantindo em troca o apoio a sua candidatura em outubro de 2018. Ontem, o tucano chegou a defender publicamente o nome do senador e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para um eventual colégio eleitoral. O ex-presidente, no entanto, já afastou a possibilidade de concorrer.

Ao lado do prefeito João Doria, Alckmin participou hoje de um seminário organizado pela Prefeitura de São Paulo que reuniu prefeitos, vereadores e secretários de outras cidades e Estados para apresentar os programas realizados pelos governos dos tucanos.

'Compromisso com o Brasil'

Ao falar sobre a permanência ou não do PSDB do governo de Michel Temer (PMDB), Alckmin, mais uma vez, defendeu que o compromisso do partido não é com o governo, mas com o País. Ele evitou, no entanto, definir uma posição partidária antes do julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que vai ser retomado no dia 6 de junho.

Nosso compromisso é com o Brasil, com as reformas, que são necessárias para retomar a atividade econômica. E não mudou a nossa posição em relação ao governo Temer, pelo contrário, diante da instabilidade estamos e ficaremos ajudando e aguardando os desdobramentos. Muitas coisas não dependem de nós.

Além de defender a reforma trabalhista, Alckmin disse que apesar do cenário nacional conturbado é preciso garantir a aprovação de "dois ou três pontos" da reforma política até setembro deste ano, para que seja possível aprovar propostas que entrem em vigor nas próximas eleições presidenciais. O tucano é defensor de uma cláusula de barreira que diminua o número de partidos no Congresso Nacional, além de pregar o fim das coligações e o voto distrital.

Afagos com Doria

Depois de passarem por uma semana de tensão e desencontros entre a Prefeitura e o governo estadual, Doria e Alckmin usaram o seminário para mostrarem que estão "lado a lado" e reforçarem o discurso que estão trabalhando juntos e que a relação não está abalada.

Sinalizando que houve um desgaste, Doria disse que a amizade dos dois não está ancorada "apenas na política", mas na amizade de 38 anos. "Uma história de 27 anos de amizade indivisível, inquebrantável, que fique claro aos meios de comunicações, aos deputados, vereadores e prefeitos que atenderam nosso convite para participar deste seminário", disse o prefeito em entrevista coletiva aos jornalistas.

Alckmin, por sua vez, reforçou as ações conjuntas de Estado e Prefeitura e fez uma brincadeira chamando o prefeito de São Paulo de "Geraldo Doria".

(Daniel Weterman e Pedro Venceslau)

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