'Eu posso sair desse país quando e como quero', diz Battisti
O italiano Cesare Battisti disse nesta segunda-feira, 9, que pode sair do Brasil a hora que quiser. "Eu posso sair desse País quando e como quero", declarou, em entrevista exclusiva à TV Tribuna, da Globo. Battisti está de volta à casa onde mora, na cidade de Cananeia, extremo do litoral sul do Estado de São Paulo.
Na quarta-feira, 4, ele foi preso em flagrante por tentativa de evasão de divisas e lavagem de dinheiro quando atravessava a fronteira do Mato Grosso do Sul com a Bolívia. Levava em uma pochete US$ 6 mil e 1.300 euros em dinheiro vivo.
Na quinta, 5, o juiz federal Odilon Oliveira, da 3.ª Vara Federal de Campo Grande, decretou sua prisão preventiva - sem prazo para terminar - diante da suspeita de que fosse fugir do País, com receio de uma nova ofensiva do governo da Itália para que o Brasil promova sua extradição.
Na Itália, Battisti está condenado à prisão perpétua por terrorismo e acusação de quatro assassinatos nos anos 1970.
Ele está refugiado no Brasil desde 2004. Em dezembro de 2010, no último dia de seu mandato, o então presidente Lula baixou decreto negando a Roma a transferência do italiano.
Na sexta-feira, 6, à noite, o desembargador José Marcos Lunardelli, do Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF3) deu liminar em habeas corpus para Battisti. No sábado, 7, ele estava de volta a Cananeia.
"Não é verdade o que se fala, que eu não tinha o direito de sair do País", disse Battisti à TV Tribuna. "Porque eu não tenho refúgio político. Eu sou um imigrante, com visto permanente no País. Eu posso sair desse País quando e como quero. Eu não tenho nenhuma restrição."
"Eu tenho todo o direito de cidadão brasileiro", declarou. "Eu não sou refugiado. Eu sou imigrante."
Battisti negou taxativamente que tivesse a intenção de fugir do País. "Ia estar fugindo de quê? O país onde estou protegido é aqui."
À Polícia Federal ele disse, em interrogatório, que planejava ir à Bolívia para pescar e comprar roupas de couro. Negou intenções políticas ou que fosse pedir refúgio no país vizinho. Disse, ainda, que não conhece o presidente boliviano.
"Evo Morales? Eu não conheço esse nome, eu não conheço ninguém na Bolívia. E por que eu ia fugir? Estou protegido. O decreto do Lula não pode ser revogado. Depois de cinco anos acabou o prazo, não pode ser revogado."
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.