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Após alta, sobrevivente diz perdoar colega que o baleou dentro de colégio

Faixa é colocada em portão do Colégio Goyases, em Goiânia - DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO
Faixa é colocada em portão do Colégio Goyases, em Goiânia Imagem: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO

23/10/2017 08h47

Um dos seis estudantes baleados por um colega de classe na sexta-feira (20), em Goiânia, disse no domingo (22), após ter alta do hospital, que não pretende voltar a estudar no Colégio Goyases. O garoto de 13 anos disse em entrevista que sente "raiva" da escola, mas perdoa o atirador, um colega de classe, de 14 anos, que o baleou nas costas. Duas estudantes morrerem e quatro ficaram feridos.

De acordo com a própria vítima, recentemente seus pais foram chamados à escola por ele ter brigado com outro adolescente, que o acusou de bullying. "No meu caso, levei suspensão. O menino estava planejando há um tempo e ninguém notou nada ou chamou os pais dele?", questionou.

O garoto declarou ter perdoado o autor dos disparos. "Só queria saber por que ele fez isso, mas raiva eu não tenho".

O garoto contou que estava fora da sala de aula no momento do primeiro disparo e que ele e um colega resolveram entrar para ver o que era o barulho. "Ele atirou em mim, eu caí e já fui para a sala do lado". O jovem disse que não era amigo do adolescente que efetuou os disparos e que estudava com ele há dois anos.

O estudante ficou internado no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) de sexta-feira até ontem. Outras três garotas, de 13 e 14 anos, seguiam internadas no Hugo e no Hospital de Acidentados de Goiânia até o início da tarde de ontem. No sábado, foram enterrados, na capital de Goiás, os dois garotos mortos no tiroteio, João Pedro Calembo e João Vitor Gomes, ambos de 13 anos.

Em nota divulgada no domingo, a escola pede uma profunda reflexão nas escolas e nos lares para evitar que futuros fatos parecidos voltem a acontecer. "Estamos dando total respaldo às famílias das vítimas e pedimos a Deus força para superar esse momento tão nebuloso", diz o texto. A nota afirma ainda que, durante a semana, a escola deve decidir uma nova proposta de calendário para continuar o ano letivo.

As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

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