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Padilha diz que governo espera ter na 2ª denúncia até 10 votos a mais do que na 1ª

Foto: Elza Fiúza/ Agência Brasil
Imagem: Foto: Elza Fiúza/ Agência Brasil

Carla Araújo e Felipe Frazão

Brasília

24/10/2017 18h07

Na véspera da votação da denúncia por organização criminosa e obstrução da Justiça contra o presidente Michel Temer, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que também é denunciado na mesma peça apresentada pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot, afirmou que está tranquilo e que o governo tem "confiança absoluta na base". "Vamos ter em princípio o mesmo número de votos, podendo ter uma variação para cima de até 10 votos", disse à reportagem.

O ministro afirmou que, depois de passada essa etapa, com a esperada derrubada da denúncia, o governo vai olhar "para frente" e investir na continuidade da retomada do crescimento econômico. Padilha não quis fazer comentários sobre possíveis retaliações a eventuais traições, mas disse que o governo "não trata com infieis". "Vamos ver a votação, a base vai corresponder a nossa expectativa e depois vamos olhar o after day olhando para frente. O Brasil já está andando a passos largos e queremos aumentar a velocidade", destacou.

Padilha rechaçou a versão de que há um balcão de negócios em andamento para barrar a segunda denúncia contra Temer e disse que parte do que estão atribuindo como negociação é fruto de uma imaginação que ele não tem. "Veja como as coisas efetivamente acontecem. A bancada ruralista tomou conhecimento da portaria que o Ministério do Trabalho baixou pelo Diário Oficial da União, ela não participou da elaboração, não sabia do que estava acontecendo e é atribuído como se fosse uma negociação. Uma negociação que as partes não sabiam", criticou.

Padilha, que adiantou também que a sanção da Medida Provisória do Refis sairá amanhã no Diário Oficial da União, disse que neste caso, por exemplo, era uma postulação feita por empresários há anos. Segundo ele, a medida é necessária para que empresários consigam uma certidão negativa de débito e possam acertar as contas com a Fazenda. "Foi isso que se fez para que eles (empresários) pudessem ter acesso ao crédito, gerar emprego e para ter a economia andando", completou.