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Temer chegou cedo ao Planalto e continuou recebendo deputados antes de passar mal

Carla Araújo, colaborou Felipe Frazão

Brasília

25/10/2017 16h49

O presidente Michel Temer chegou nesta quarta-feira, 25, no Palácio do Planalto às 8h50 da manhã, mesmo tendo cumprido uma agenda extensa ontem que terminou por volta da meia-noite após um jantar na casa do deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG), em que foi servido galinhada, costela de porco e outras comidas mineiras. Ao chegar no Palácio do Planalto Temer tinha uma agenda ainda curta para receber parlamentares, mas a expectativa era de que, ao longo do dia, o seu gabinete continuasse aberto sob demanda para garantir que o presidente consiga derrubar a segunda denuncia contra ele, que deve ser votada na Câmara hoje.

Às 9 horas, conforme a agenda oficial, Temer recebeu o deputado Caio Narcio (PSDB-MG). Na sequência, teve uma reunião com o ministro Moreira Franco (Secretaria Geral da Presidência da República). Depois, às 9h40, o presidente reuniu-se com o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) e com os deputados Aluisio Mendes (PODE-MA), vice-líder do Podemos na Câmara dos Deputados, Ademir Camilo (PODE-MG), e a deputada Jozi Araújo (PODE-AP).

Padilha e Moreira também são acusados de organização criminosa na denúncia que a Câmara avalia hoje. Temer, além desse suposto crime, foi acusado de obstrução de Justiça.

Às 10 horas, segundo a agenda, Temer recebeu o governador do Tocantins, Marcelo Miranda. E às 10h30, teve reunião com o ministro dos Transportes, Maurício Quintella. Apesar de agenda oficial colocar Quintella como ministro, ele foi um dos ministros que têm mandato de deputado exonerado para barrar a denúncia. Às 11 horas, Temer teve agenda com o deputado Dr. Sinval Malheiros (PODE-SP). O último compromisso do presidente Temer antes de passar mal foi às 11h30 com o ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Sergio Etchegoyen. Foi Etchegoyen quem confirmou à reportagem que o presidente tinha passado mal.

De acordo com o Secretario de Comunicação, Márcio de Freitas, o presidente passou mal por volta do meio-dia, com dificuldades de urinar e, só depois que foi atendido no Planalto constatou-se de que era preciso exames mais detalhados e ele foi transferido para o Hospital do Exército. Neste momento, auxiliares foram avisados do que estava acontecendo e contataram seu médico particular, Roberto Kalil Filho.

Temer deu entrada no Hospital Militar às 12h50 e as informações preliminares do hospital é que o presidente ainda não tem indicação cirúrgica.

De acordo com o secretario de comunicação, que trabalha há anos com o presidente, só será possível falar em alta ou em transferência para São Paulo após o resultado dos exames.

Jantar

Ontem à noite, depois de uma agenda de mais de doze horas de trabalho, Temer foi ao jantar no apartamento do vice-presidente da Câmara, deputado Fabio Ramalho (PMDB-MG). Temer chegou depois das 22h30 ao banquete típico da cozinha mineira no apartamento funcional do deputado, na Asa Sul de Brasília.

O presidente estava sorridente e acenou ao lado de Ramalho, depois de um dia de reuniões com parlamentares da base aliada, para tentar os últimos votos contrários à acusação por organização criminosa e obstrução de Justiça.

O ministro Eliseu Padilha disse mais uma vez que a o governo terá um "excelente desempenho" e deve atingir entre 260 e 270 votos para barrar a denúncia. Ele afirmou que confia que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), concluirá a votação nesta quarta. "Sei que há artimanhas regimentais que tenderão a levar mais adiante", disse Padilha.

Segundo Ramalho, mais de cinquenta deputados passaram no jantar, além do advogado Gustavo Guedes, que defendeu Temer em questões eleitorais.