Clínica para dependentes químicos em Itu é interditada por maus-tratos
A fiscalização encontrou 17 adolescentes escondidos numa mata, atrás da clínica. Resgatados por guardas municipais, eles disseram que os monitores mandaram que se escondessem quando chegaram os fiscais. Um dos sócios da unidade foi ouvido pela polícia e outro está foragido.
A clínica funcionava há três meses numa chácara alugada, no bairro Potribu, zona rural do município, e cobrava até R$ 1,2 mil mensais por paciente. Equipes da Vigilância foram ao local, acompanhadas pela Guarda Municipal, após denúncias recebidas pelo Ministério Público de que os pacientes eram submetidos a maus-tratos.
A fiscalização encontrou dependentes confinados em quartos sujos, com as janelas trancadas, e alimentação armazenada de forma irregular. Não havia licença sanitária e os menores ocupavam o mesmo espaço que os adultos. "A situação era totalmente irregular e tivemos de fazer a interdição imediata, retirando os pacientes de lá", disse André Ariza, coordenador da Vigilância Sanitária de Itu.
A Polícia Civil abriu inquérito para apurar os ilícitos apontados pela fiscalização. Uma paciente confirmou ter sofrido agressões, como tapas na cara e pauladas na cabeça. Ela mostrou marcas no corpo que teriam sido feitas por pontas de cigarro aceso.
Levado à delegacia de polícia, o sócio da clínica prestou depoimento e foi liberado para responder em liberdade pelas acusações de maus-tratos. Ele, que não teve o nome divulgado, não falou com a imprensa e não tinha advogado constituído.
Até a tarde desta quinta-feira, 23, a Secretaria de Promoção e Assistência Social tinha devolvido 42 pacientes aos familiares. A pasta não havia conseguido contato com os parentes dos outros 16.
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