'Você não pode ser infeliz', diz primeira mulher a se divorciar no Brasil
Então estudante de Direito da Universidade Federal Fluminense (UFF), filha da classe média de Niterói, a jovem Arethuza se uniu ao primeiro marido, a quem não amava, induzida pela mãe. Tinha 23 anos e disse o "Sim" na Igreja da Porciúncula de SantAna, em Niterói, em fevereiro de 1963. Teve duas filhas, nascidas em 1964 - ano de sua formatura na universidade - e em 1967. Em março de 1970, já estava desquitada.
Em plena ditadura, o divórcio foi sancionado em 26 de dezembro de 1977. No dia 29, Arethuza, aos 38 anos, se divorciou, sob as lentes ávidas da imprensa. Era a mulher mais citada no noticiário então. "Minha mãe teve de aceitar. Aquele fim de ano foi muito especial para mim. Faria tudo outra vez. O que vi de gente infeliz no Direito de Família, doente, por causa de casamentos malditos..."
Em 1978, ela se casou de novo. Separou-se 16 anos depois. Mãe de duas filhas e avó de quatro netas, ela segue realizando casamentos e "acreditando piamente no amor". "É uma instituição maravilhosa, apesar de eu não ter encontrado a felicidade no casamento", afirma.
Dados
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que um a cada três casamentos termina em separação no País. Balanço feito com dados do instituto entre 1984 e 2016 aponta que o número de dissoluções disparou com o passar dos anos. Em 1984, elas representavam cerca de 10% do universo de casamentos, com 93,3 mil divórcios. Essa correlação saltou para 31,4% em 2016, com 1,1 milhão de matrimônios e 344 mil separações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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