Ministro do GSI diz que sistema de segurança pública do País está "esgotado"
O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, disse ao Estado que o sistema de segurança pública do País "está esgotado" e precisar ser totalmente "rediscutido". A avaliação do general Etchegoyen segue a mesma linha do ministro da Defesa, Raul Jungmann, que, na última quarta-feira (31), classificou o sistema como "falido".
Para o ministro Etchegoyen "a situação do sistema de segurança pública alcançou um nível de crise sistêmica", que só conseguirá ser resolvido "com soluções estruturais". Para exemplificar a sua ideia, ele cita o "grave" caso do Rio de Janeiro, onde a população está refém dos problemas causados pela violência e tem enfrentado tiroteios constantes. O general mostrou-se ainda preocupado com a possível influência do crime organizado nas próximas eleições.
"Nesse universo cito o caso do Rio, que vive o mais dramático quadro de crise sistêmica, que tem impacto até mesmo sobre o sistema democrático e o nosso sistema político-eleitoral", observou o ministro, que falou da sua preocupação sobre essa situação.
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O ministro Etchegoyen afirmou que o crime organizado está atuando em vários estados da federação, transbordando, portanto, a questão estadual, além de estar seguindo para outros países. Daí, na sua opinião, a necessidade de uma ação mais efetiva, a nível nacional.
"Esse problema exige uma redistribuição de atribuições (entre governos federal e estaduais) e exige que a União participe deste esforço de combate ao crime", comentou ele, lembrando que "os estados, sozinhos, não estão conseguindo, já que o crime organizado ultrapassou as fronteiras estaduais, está em todo o País e busca internacionalização".
O general Etchegoyen lembrou que o modelo hoje em vigor, em que os estados são responsáveis pela segurança pública, foi definido pela Constituição de 1988, quando a situação era muito diferente da de hoje. Para ele, neste cenário diferente, é preciso uma redistribuição de competências políticas e administrativas conciliadas com as necessidades de segurança pública. "O estado não pode mais, sozinho, tratar disso. Precisa de uma solução estrutural. É preciso que a União entre nesse esforço", insistiu.
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