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Rodoviários de viação do Rio param atividades após 3 meses de salários atrasados

Lorena Lara, especial para a AE

Rio

21/02/2018 12h53

Cerca de cem funcionários da Viação Litoral Rio paralisaram suas atividades na manhã desta quarta-feira, 21, na capital fluminense. As linhas funcionaram normalmente até por volta de 7h, quando os carros deixaram de sair da garagem.

A empresa afirma que está negociando com os rodoviários para retomar a circulação da frota e que espera a normalização dos serviços a partir do início da tarde. A frota da Viação Litoral é composta de 135 carros e atende 11 linhas - diariamente, são 65 mil usuários pagantes.

Segundo o presidente do Sindicato Municipal dos Trabalhadores Empregados em Empresas de Transporte Urbano de Passageiros do Município do Rio de Janeiro (Sintraturb-Rio), Sebastião José, os 826 trabalhadores da Viação Litoral Rio estão há três meses sem receber seus salários, há seis meses sem ticket alimentação, há um ano sem receber pelas férias e receberam apenas metade do 13º salário de 2017.

"Estamos numa situação de total falência do setor", afirmou. Ele ressalta que o caso da Litoral Rio não é único e que há, pelo menos, outras cinco empresas de transporte cariocas respondendo processos por atraso nos salários e benefícios de seus funcionários.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa ecoa a fala do sindicato. "Esta paralisação é mais um reflexo da maior crise das empresas de ônibus do Rio de Janeiro, agravada por congelamentos da tarifa e reduções no valor da passagem, determinadas pela Justiça".

O caso da Litoral Rio se desenrola desde agosto de 2017, quando os funcionários realizaram a primeira paralisação por conta dos atrasos. A segunda paralisação veio em novembro e esta de fevereiro é a terceira. Sebastião José afirma que a soma de tudo o que a empresa deve a seus funcionários supera R$ 2 milhões.

A Litoral Rio apresentou, na Justiça uma proposta de parcelamento desse valor e a contrapartida da classe rodoviária foi de que a quantia atrasada seja paga em, no máximo 24 vezes, junto à garantia de que não haja nenhuma demissão.

A última audiência entre as duas partes foi na segunda-feira, 19, e, de acordo com o presidente da Sintraturb, o posicionamento da Litoral Rio foi de não aceitar a contrapartida dos funcionários, o que culminou com a paralisação desta quarta.