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'Há mais dados a serem revelados', dizem peritos sobre sistemas da Odebrecht

Fachada da construtora Odebrecht, em São Paulo (SP) - Newton Menezes/Futura Press/Estadão Conteúdo
Fachada da construtora Odebrecht, em São Paulo (SP) Imagem: Newton Menezes/Futura Press/Estadão Conteúdo

Julia Affonso, Fabio Serapião, Luiz Vassallo e Ricardo Brandt

23/02/2018 20h45

O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais, Marcos Camargo, afirmou, por meio de nota, nesta sexta-feira (23), que a perícia da PF realizada sobre os sistemas do departamento de propinas da Odebrecht "reflete recuperação parcial da base de dados" da empreiteira, "permitindo saber que ainda há muito mais dados a serem revelados".

"Este parece ser um primeiro laudo de uma espécie de 'caixa de pandora' que, por muito tempo, não ficou acessível à perícia criminal. Isso atrasou as descobertas, uma vez que há cerca de um ano o obrigatório encaminhamento à perícia oficial não vinha sendo feito", diz.

A Polícia Federal entregou às 14h46 desta sexta-feira (23) a perícia sobre os sistemas de propina da Odebrecht. A análise havia sido determinada pelo juiz federal Sérgio Moro em ação penal sobre supostas propinas da empreiteira para o ex-presidente Lula.

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Foram verificados 11 discos rígidos e dois pendrives. Ao juiz Moro, a PF afirmou que "foram identificados 842 arquivos, de um total de 1.912.667 arquivos, correspondendo a 0,043%, que apresentam não conformidades". A perícia achou 607 divergências nos discos 1 e 4, um total de 230 nos discos 5 a 9 e outras cinco nos discos 10, 11 e no pendrive 01.

Para o presidente da Associação, graças ao trabalho dos peritos da PF, foi possível "identificar que a empresa destruiu provas após a prisão de Marcelo Odebrecht, em 2015, e que também omitiu algumas evidências".

"Mais do que prova pericial, o laudo entregue hoje amplia a construção do conhecimento científico forense e abre perspectivas inéditas para a afirmação da Justiça brasileira sobre bases sólidas e proficientes.", afirma Marcos Camargo.