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Quem está no governo está sujeito a 'bombardeios a todo momento', diz Temer

Marcio Dolzan, Eduardo Laguna e Elizabeth Lopes

Vitória e São Paulo

29/03/2018 14h48

No dia em que a Polícia Federal (PF) prendeu alguns de seus principais aliados - incluindo o advogado e amigo José Yunes -, o presidente Michel Temer (MDB) evitou nesta quinta-feira, 29, tratar das prisões, mas disse que quem está no governo está sujeito a "bombardeios a todo momento", ao falar das dificuldades enfrentadas pela gestão, na inauguração de um aeroporto em Vitória (ES).

Temer, que já manifestou o interesse em concorrer a um novo mandato, disse ainda que os adversários terão de fazer "muito malabarismo" para criticar a administração federal durante a campanha eleitoral porque, para fazer isso, terão de se opor a medidas de reequilíbrio fiscal, geração de empregos, corte de juros e melhora da Educação.

"Eles os rivais terão de dizer: 'Sou contra a reforma do Ensino Médio, feita com grande sucesso'. Terão de dizer: 'Prefiro um Ensino Médio anacrônico e superado", declarou. "Terão de dizer que são contra a reforma trabalhista, que gera mais empregos. Terão de dizer: prefiro a inflação a 10,28% e os juros a 14,25%", acrescentou, ao se referir à desaceleração dos preços e aos cortes da taxa básica de juros (Selic) feitos desde que chegou ao Palácio do Planalto. "Estou falando de governo que não completou dois anos", emendou.

Durante a fala, ele foi mais aplaudido pelas autoridades com as quais dividiu o palco da cerimônia do que, propriamente, pela plateia. Em discurso com tom eleitoral, Temer prometeu mais obras no Espírito Santo, ao citar duas demandas do governo do Estado: a duplicação da Rodovia BR-262 e a construção de um ramal ferroviário para interligar o território capixaba ao Rio.

"Nós não somos, no nosso governo, de prometer. Somos de entregar, como estamos fazendo agora. Mas vou ousar fazer uma promessa", disse, ao anunciar que dinamizará estudos e tomará as medidas necessárias para a construção do ramal da ferrovia. "Na 262, vou fazer o mesmo empenho. Depende apenas de licença ambiental para seguir a obra", completou.

Diante da demora da população em perceber no dia a dia a melhoria de fundamentos econômicos, o presidente salientou que a queda da inflação tem repercussão para a população mais pobre, à medida que aumenta o valor do salário. "As pessoas passam a ter qualidade de vida melhor."

Ao afirmar que Executivo e Legislativo governam juntos, Temer destacou ainda o diálogo com o Congresso na construção das reformas e medidas estruturais. Num momento em que exaltou a retomada do emprego e da confiança do mercado na economia, o presidente também voltou a elogiar o trabalho do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, por fazer com a equipe econômica um "esforço extraordinário" para tirar o País da recessão. Meirelles é cotado a ser candidato a vice-presidente na chapa de Temer, caso o presidente lance candidatura pela reeleição. Se a candidatura de Temer não for viável, o ministro da Fazenda poderá ser o candidato do Poder Executivo na disputa pela sucessão presidencial.