Governadores cobram e PT leva a Lula 'plano B'
Duas semanas atrás a corrente majoritária do PT, Construindo um Novo Brasil (CNB), da qual Lula faz parte, tentou barrar o debate quanto à escolha do vice por entender que isso desencadearia novas especulações sobre um "plano B".
Segundo fontes que participaram da reunião entre a direção petista e os governadores do partido, quarta-feira, em Brasília, ao menos dois dos quatro cenários em estudo no PT apontam a indicação de possíveis planos B para a vice.
O principal deles é a indicação de um petista. Os nomes cogitados são os do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, os ex-ministros Jaques Wagner e Celso Amorim e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Qualquer um destes nomes poderia substituir Lula caso o petista seja barrado pela Justiça.
O segundo cenário é a escolha de Ciro Gomes, candidato a presidente pelo PDT. No caso de Ciro vale a mesma lógica. Se Lula for barrado, o pedetista viraria candidato a vice. Esta hipótese esbarra em Ciro que não abre mão de encabeçar a chapa.
O terceiro cenário seria a escolha do empresário Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente José Alencar, hoje filiado ao PR. É o nome ideal do PT, mas também a hipótese mais improvável, já que sua indicação depende de Lula contornar os entraves jurídicos, algo que mesmo os lulistas mais fiéis admitem ser quase impossível. Petistas, porém, não descartam que o nome de Josué pode evoluir para ser a cabeça de chapa.
O quarto cenário é não falar em vice agora para evitar as especulações sobre "plano B". Depois da reunião com os governadores Gleisi deixou claro que a decisão será de Lula. Segundo fontes do PT, o ex-presidente sugeriu que as conversas ocorressem extraoficialmente e que o processo de escolha do vice só seja desencadeada publicamente depois da Copa do Mundo.
O encaminhamento da proposta até Lula faz parte de um acordo firmado entre Gleisi e os governadores. Segundo participantes da reunião, a presidente do PT se comprometeu a tratar do assunto com o ex-presidente em troca de os governadores seguirem a decisão de Lula.
Até lá a direção do PT vai se concentrar na negociação das alianças estaduais, principalmente com partidos de centro-esquerda como o PDT, PSB e PCdoB. O PSOL, tradicional adversário do PT, também será procurado para acordos locais.
O PT avalia que o bom desempenho de Lula nas pesquisas, mesmo depois de preso, é um trunfo eleitoral importante para a negociação de alianças estaduais. Em conversas preliminares, petistas perceberam o interesse de vários candidatos a governador, principalmente no Nordeste, de contar com o apoio do ex-presidente.
Com isso, cresce no PT o apoio à estratégia de manter o nome de Lula durante o máximo de tempo possível e fazer a troca de candidato só depois que a Justiça decidir se aceita o registro da candidatura.
Por isso o PT marcou para o dia 28 de julho, quase no limite imposto pela lei, a convenção que vai decidir a chapa para a disputa presidencial. Na quinta, Lula reiterou aos deputados Paulo Pimenta (PT-RS) e José Guimarães (PT-CE), que é candidato. "Ele disse que é candidato e quer receber os governadores", disse Guimarães.
No domingo, 27, o PT faz mais um "lançamento" da candidatura de Lula com pequenos atos nas cidades onde o partido está organizado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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