Goiás abre investigação sobre vídeo em que PMs pedem voto a Bolsonaro
Nas imagens, aproximadamente 40 policiais - vestindo calça, coturno e utilizando armamento do Estado - marcham e cantam: "Ei, cidadão, por favor, não se esqueça, dia 28 é Bolsonaro na cabeça. Ei, cidadão, por favor, fica contente, ano que vem é Bolsonaro presidente."
A manifestação política aconteceu em Luziânia, cidade a aproximadamente 200 quilômetros de Goiânia, com policiais ligados ao 5.º Comando Regional. A reportagem apurou que os PMs estavam em horário de expediente e faziam a chamada "educação física militar", realizada nas ruas do município.
"Em relação aos episódios envolvendo policiais militares pedindo voto para um candidato à Presidência da República, a Secretaria de Segurança Pública determinou abertura de procedimento investigativo para apurar os fatos e tomar as medidas legais cabíveis", informou a SSP por meio de nota.
Após a repercussão, o Comando Regional emitiu uma nota desautorizando qualquer manifestação política de oficiais do batalhão. "O comando da corporação não autoriza nenhuma manifestação política e eleitoral realizada por militares da instituição, quando em serviço, instrução, e principalmente com a utilização de fardamento, quer seja administrativo ou operacional", disse a PM em nota.
O comandante regional, Coronel Marques Nunes de Azevedo, confirmou ao >Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o afastamento do oficial que estava responsável pelo treinamento e a abertura de Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar as responsabilidades desse PM. "Não autorizamos nenhum tipo de manifestação política porque nós somos os guardiões, principalmente das eleições. O oficial que estava à frente da tropa foi devidamente afastado das funções e vai ser instaurado um Inquérito Policial Militar. Agora é o IPM que vai apurar as responsabilidades dele na operação. Eram em torno de 40 a 45 policiais, era uma atividade de educação física com poucos policiais. A educação física militar que a gente chama é feita rotineiramente na rua, mas não cantar aquela canção", disse.
A legislação eleitoral proíbe que agentes públicos (servidores ou não) façam ou permitam "o uso promocional em favor de candidato, partido ou coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo Poder Público".
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