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Coligação de Bolsonaro pede acesso à sala-cofre do TSE durante apuração

O candidato à Presidência, Jair Bolsonaro (PSL), ao lado do deputado Onyx Lorenzoni - Omar de Oliveira/Fotoarena/Estadão Conteúdo
O candidato à Presidência, Jair Bolsonaro (PSL), ao lado do deputado Onyx Lorenzoni Imagem: Omar de Oliveira/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Fábio Grellet

Rio

26/10/2018 18h54

A coligação que representa o candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, apresentou nesta sexta-feira, 26, pedido à presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber, para que ela autorize que cinco representantes de Bolsonaro e outros cinco de seu adversário, Fernando Haddad (PT), acompanhem a apuração da eleição do próximo domingo, 28, na sala-cofre do TSE.

A informação foi prestada pelo deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) no Rio de Janeiro. Ele deve comandar a equipe de transição se Bolsonaro for eleito.

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"Desde que se institui a urna eletrônica, o TSE tomou uma decisão que não está suportada por nenhuma lei: de criar uma sala-cofre onde existem de 20 a 30 técnicos do tribunal e onde ninguém (mais) entra. Esta sala tem um computador onde ficam os ministros do TSE e convidados e lá os números passam na tela. A gente não sabe dizer se os números são verdadeiros ou não. A dúvida é real. Então, em nome da transparência, pedimos que cinco representantes da nossa coligação e cinco do adversário possam adentrar a sala-cofre. Nós enviaremos técnicos e acredito que o adversário também. Isso traz de volta a transparência que existia na contagem (da urna) de papel", afirmou Lorenzoni.

Rosa Weber não havia se manifestado até as 18h desta sexta-feira. Segundo Onyx, se a presidente do TSE negar o pedido, a coligação de Bolsonaro vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Battisti

Ainda de acordo com Lorenzoni, se Bolsonaro for eleito presidente da República e o governo da Itália solicitar a extradição de Cesare Battisti, a extradição será imediatamente autorizada. "O terrorista e bandido albergado por Lula e sua quadrilha no Brasil vai cumprir o que a legislação italiana determina", afirmou.

Battisti, de 63 anos, integrou nos anos 1970 um grupo terrorista na Itália e foi condenado à prisão perpétua por homicídios. Ele fugiu da Itália e foi preso em 2007 no Rio de Janeiro. O então ministro da Justiça do Brasil, Tarso Genro, concedeu a Battisti o status de refugiado político, decisão muito criticada na Itália.

Em 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou ilegal o status de refugiado e autorizou a extradição, mas reconheceu que o presidente da República tem competência para negá-la. No final de 2010 o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou a extradição, e hoje Battisti vive livre no Brasil.

Bolsonaro debateu a questão de Battisti ao receber, na tarde desta sexta-feira, um representante do vice-primeiro-ministro italiano Matteo Salvini, que entregou uma carta de apoio do político a Bolsonaro.