Casamento tira da Igreja mil padres por ano
O tema, polêmico, foi lançado pelo auxiliar de Bruxelas, d. Jean Kockerols, a seus cerca de 300 colegas de episcopado que participaram até ontem do encontro voltado para discussão de vocações juvenis.
A diminuição do número de sacerdotes em todo o mundo é um dos fenômenos que mais afeta a Igreja Católica no mundo - há crescimento apenas na África e na Ásia. Indagado em várias ocasiões, o papa Francisco recordou que a proibição de ordenar padres não faz parte da doutrina inicial da Igreja - que permitiu o casamento até o século 11.
Uma investigação independente, apresentada no Vaticano em pleno Sínodo, aponta para a perda de 60 mil sacerdotes nas últimas décadas - pessoas que deixaram a batina para casar. O estudo corrobora outro levantamento, de 2007, que apontava para a perda de 69 mil padres, com essa motivação, entre 1964 e 2004. Em 2016, havia 414 mil sacerdotes católicos em todo o mundo. Segundo o vaticanista italiano Enzo Romeo, são mil abandonos por ano.
O tema pode voltar com força no ano que vem. Um documento preparatório para o Sínodo da Amazônia, publicado em junho, observou que "o clamor de milhares de comunidades privadas da Eucaristia" precisa ser ouvido. E sugere o ordenamento "viri probati" - de homens idosos, casados, mas com caráter e reconhecimento da comunidade (uma ideia que teria aval do papa Francisco, segundo jornais alemães). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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