Temer: para estabilidade política e pacificação é preciso cumprir a Constituição
"Todos aqui estamos cientes e conscientes de que para ter estabilidade social, para ter estabilidade política, para ter a pacificação nacional, e isso é fundamental, é preciso cumprir rigorosamente a Constituição", disse o emedebista ao discursar em congresso do setor de açúcar e etanol promovido pela Datagro, em São Paulo.
Após citar que uma das finalidades da Constituição é harmonizar as relações sociais, Temer reafirmou que o texto constitucional impõe que, após o desfecho das eleições, os eleitos governem respeitando os direitos das minorias, ao passo que as minorias - ou seja, a oposição - não devem atrapalhar a maioria.
"A oposição não pode ter significado político de destruir o governo eleito", declarou Temer.
A dois meses de concluir seu mandato, o presidente fez um discurso de exaltação dos feitos de seu governo e cobrou a continuidade da agenda da atual gestão. "Vejo com muita satisfação que vários setores do governo eleito já dizem que certas coisas têm que continuar. Esperamos que assim seja", assinalou o presidente.
Ao tratar da transição entre governos, Temer disse que todas as realizações feitas nos últimos dois anos estão documentadas para serem entregues à equipe de Bolsonaro. "Vamos exigir que não haja descontinuidade. Pelo contrário, que haja continuidade."
Entre as reformas que precisam prosseguir, citou o regime que estabeleceu um teto aos gastos públicos e a atualização da legislação trabalhista que, segundo ele, trouxe o Brasil de volta ao século 21. Ao defender essa última medida, Temer comentou que as contratações cresceram "enormemente" nos últimos meses, citando a geração de 110 mil e 137 mil postos de trabalho em agosto e setembro, respectivamente. A expectativa, emendou, é que o ano feche com mais de 1 milhão de carteiras assinadas. Dirigindo-se ao público do evento, prometeu cobrar da equipe de transição do presidente eleito que o setor de biocombustível continue sendo prestigiado.
Mais uma vez, Temer, numa referência às denúncias feitas pelo empresário Joesley Batista, lamentou a não aprovação da reforma da Previdência, atribuída a uma "trama monumental" que interrompeu a apreciação da matéria pelo Congresso.
Apesar disso, o presidente salientou que a reforma das aposentadorias entrou na pauta política. Nesse ponto, lembrou que hoje se discute se a reforma da Previdência será feita nos próximos dois meses ou se será deixada para o próximo governo.
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