COP define o 'livro de regras' do acordo de Paris
Foram definidas, por exemplo, as diretrizes sobre como as nações deverão reportar de modo transparente suas emissões de gases de efeito estufa e seus esforços para reduzi-las. Mas pouco se avançou em termos de aumentar a ambição dos países para diminuir ainda mais suas emissões nos próximos anos.
Os negociadores trabalharam sob o alerta quase gritante do último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), encomendado pela própria conferência, que mostrou no início de outubro que, se o ritmo de emissões continuar, por volta de 2040 o planeta poderá já ter atingido o 1,5°C de aquecimento. Até o final do século, se forem adotadas somente as metas já estabelecidas, a temperatura pode subir até 3°C.
O grupo internacional de cientistas mostrou também que um mundo 2°C mais quente é muito pior que 1,5°C, então seria bom tentar conter o aquecimento nesse limiar. Por enquanto, porém, os alertas não surtiram efeito.
Brasil e Chile
Do ponto de vista de expectativas nacionais, o destaque dessa reunião foram os questionamentos sobre para onde o Brasil deve seguir em relação aos seus esforços contra as mudanças climáticas. O País, que ajudou a costurar o Acordo de Paris e é o berço da Convenção do Clima da ONU, criada na Rio-92, chegou à Polônia com a má notícia de que tinha desistido de sediar, no ano que vem, a COP 25, após pedido do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Também levava a ameaça de que o novo governo poderá abandonar o acordo.
Se oficialmente a questão não foi parar na mesa de negociação, diplomatas, delegados e outros membros da sociedade civil do Brasil foram questionados constantemente nos cafés, nos cantos das salas e nas reuniões bilaterais sobre o que vai acontecer.
Na sexta-feira, 14, foi definido que o Chile vai abrigar a reunião da qual o Brasil abriu mão. Também concorreram Costa Rica, Guatemala e Honduras. No Twitter, Bolsonaro voltou a afirmar sua posição, dizendo que a conferência custaria R$ 500 milhões ao Brasil. Ele disse que o evento poderia "constranger o futuro governo a adotar posições que requerem um tempo maior de análise e estudo". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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