Tragédia da boate Kiss completa 6 anos e é marcada por pedidos de justiça
Durante os seis anos desde a tragédia, a fachada da boate Kiss recebeu várias pinturas, onde os desenhos expressam a punição dos responsáveis. Em frente à boate, familiares das vítimas também aproveitaram para falar do desastre ocorrido na última sexta-feira, 25, em Brumadinho.
Já na manhã deste domingo, foi realizada uma missa em homenagem às vítimas na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no centro da cidade. Para as 18 horas estavam previstas novas mobilizações em frente a Boate Kiss.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo na tarde deste domingo, o presidente da Associação das Vítimas da Boate Kiss, Sergio da Silva, lamentou que não houve avanços por parte das autoridades responsáveis na luta por justiça.
"Depois de seis anos de procura por justiça, nada evoluiu, nada mudou. Procuramos todas as instituições possíveis, como a Procuradoria Geral da República, Supremo Tribunal Federal, Conselho de Direitos Humanos da Câmara de Deputados, Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e, infelizmente, nada. Ainda temos um processo contra o Estado Brasileiro na Corte Internacional de Direitos Humanos, mas, até agora, não tivemos resposta nenhum", disse Silva que é pai de Augusto Sergio da Silva, que morreu durante o incêndio quando tinha apenas 20 anos.
"Na questão de prevenção e segurança, continua tudo a mesma coisa. As boates sempre cheias e Santa Maria não dá uma posição de fiscalização. Nada evoluiu. O sistema de prevenção sempre vem criando aquelas facilidades, ou seja, abrir mais uma porta (referindo-se dentro da boate), colocar mais uma sinalização, mas, se formos analisar essa questão de estar abrindo muitas portas para as pessoas saírem, não vai adiantar", lamentou, dando como exemplo o incêndio na discoteca República Cromañón, na Argentina, em 2004, causando a morte de 194 pessoas e ao menos 1432 feridos.
"No incêndio da Argentina, a boate tinha varias portas para se abrir, mas não havia chaves. O símbolo de Cromañón atualmente é uma mão cheia de chaves. Só abrir portas em boates não quer dizer que se vai evitar outra tragédia. É um processo muito mais complexo e precisa ser discutido", finalizou.
Até o presente momento não se sabe se os quatro acusados pelas mortes das 242 pessoas - os ex-proprietários da boate Elissandro Spohr, o Kiko, e Mauro Hoffmann e os músicos Luciano Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos - irão a júri popular ou serão julgados por um juiz único. A decisão da Justiça de Santa Maria, foi mandar os réus a júri popular, no entanto, a defesa dos réus recorreu e o Tribunal de Justiça do Estado determinou que eles sejam julgados por um magistrado.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.