'Um governo, apenas com seu partido, não vai a lugar nenhum'
A candidatura do sr. é simpática ao governo Bolsonaro?
Não podemos ser um puxadinho do Palácio, votar só medida provisória e a pauta do governo. As pautas da sociedade têm de ser votadas também, mas não queremos atrapalhar.
O sr. abriu diálogo com o Planalto?
Eu informei, mas não pedi apoio, nem pedi licença.
O PP é ou será base do governo Bolsonaro?
Eu diria que o PP quer ser base do governo Bolsonaro. Mas o governo tem que querer o PP.
E o governo querer o PP significa o quê?
O DNA de nossos parlamentares é ser governo. O PP foi base e eu fui vice-líder de todos os governos. Temos um presidencialismo de coalizão, e um governo, apenas com o seu partido, não vai a lugar nenhum. Precisa construir a coalizão. Como o presidente Bolsonaro estabeleceu um novo modelo de relação com o Congresso, ainda não sabemos na prática como isso vai se dar.
O Planalto demonstrou se o PP participará do governo?
Não me compete fazer essas conversas.
O presidente diz que não vai interferir na eleição.
Não houve um comando geral para que o governo todo trabalhasse para um candidato. O Palácio está atendo, e os ministros têm trabalhado para os seus partidos.
O PSL, partido de Bolsonaro, diz que o apoio deles a Maia não é apoio do governo. Dá para dissociar?
Maia é o candidato chapa-branca. É ele o candidato do governo. Embora não esteja expresso, ninguém tem dúvida de que algum compromisso foi feito no sentido de privilegiar as pautas do governo. O acerto foi feito na sala do Eunício (Oliveira, presidente do Senado), no dia da posse.
De que maneira a disputa no Senado influencia na Câmara?
O DEM tem três ministérios, a presidência da Câmara e quer a do Senado também. Os demais partidos devem avaliar o quanto interessa que o Democratas se empodere dessa forma. Na janela de troca de partidos, o Maia não deu refresco aos aliados, foi para cima, para crescer a bancada dele, que saiu de 22 para 41 deputados. Daqui a pouco ele vai engolir o PSL.
Qual é a plataforma da sua candidatura?
O Judiciário está usurpando as prerrogativas do Parlamento. Não é culpa deles. Nós não enfrentamos determinados temas, e eles decidem. A Câmara precisa votar as reformas, aprovar a pauta do Moro. Mas não queremos que o Judiciário se transforme num poder acima dos demais. Tem que ter uma modulação nesse assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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