Rede contesta no STF permissão para que governo supervisione trabalho de ONGs
Primeira medida do governo Bolsonaro, a MP 870 já é alvo de outras ações na Suprema Corte, que questionam mais especificamente outros dispositivos da medida, como, por exemplo, o que extinguiu o Ministério do Trabalho. Nesta ação, a Rede argumenta ser "incabível" aceitar que ONGs sofram algum tipo de intervenção e controle estatal. "Em todos os casos, a liberdade na atuação, obviamente dentro dos limites da legalidade lato sensu, é um pilar fundamental para o funcionamento dessas instituições", afirmam os advogados da sigla.
Segundo o partido, nos últimos anos "viu-se aflorar" um movimento de criminalização das atividades de ONGs e de Organizações internacionais. "O pano de fundo desse movimento é a tentativa de criminalização do ativismo social capitaneada por determinados grupos políticos e oligarquias, como se não bastassem todas as dificuldades enfrentadas por aqueles que militam a favor da defesa de direitos fundamentais", argumenta a Rede, destacando que a liberdade de associação e a vedação à interferência estatal estão "umbilicalmente" ligadas livre manifestação de pensamento.
Na ação, a Rede ainda destaca que o artigo da MP vai de encontro com a Constituição Federal no trecho que institui a "plena a liberdade de associação para fins lícitos", e que define que a criação de associações e de cooperativas independem de autorização, "sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento". A assessoria do Planalto foi procurada pela reportagem, que não obteve resposta até o momento.
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