Estudo revela aumento de mortes e agressões a profissionais de imprensa no Brasil
Conforme a Abert, em 2018 três radialistas - Jairo Sousa, Jefferson Pureza e Marlon Carvalho - foram assassinados por causa do exercício da profissão em rádios locais do interior do País, após divulgarem informações com críticas e denúncias sobre autoridades e políticos da região em que trabalhavam. Em 2017, houve um assassinato; em 2016, dois. Com oito mortos, o ano de 2015 foi o mais violento na série histórica iniciada em 2012.
"Todos eles assassinados por exercerem o direito de livre opinião e livre cobertura nos seus veículos. Tivemos 86 jornalistas mortos em todo o mundo, em áreas de conflito. O número de três mortos no Brasil é muito alto", disse o presidente da Abert, Paulo Tonet Camargo.
Tonet afirmou que a profissão nunca foi tão relevante com a necessidade de checagem e certificação das informações. "Num mundo de fake news, o remédio para isso é mais jornalismo, mais jornalistas, mais exercício do bom jornalismo", disse Tonet.
Agressões
O documento da Abert sobre 2018 ressalta que houve um aumento de 50% nas agressões não letais contra jornalistas - agressões, atentados, ameaças e ofensas, inclusive por meio digital. Foram 114 casos, ante 76 no ano anterior. Ao todo, 165 profissionais e veículos de comunicações foram alvo.
O número de atentados se manteve estável de 2017 para 2018 - foram três casos. Porém, nas três ocasiões, cinco radialistas foram vítimas do crime. "Armas de fogo foram utilizadas pelos criminosos em todas as ocasiões, numa clara intenção de acabar com a vida dos comunicadores", diz o documento.
A Abert relaciona as agressões ao contexto político do ano de 2018, marcado pela prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado pela Operação Lava Jato, pelas eleições gerais que levaram o presidente Jair Bolsonaro ao Palácio do Planalto e à greve geral dos caminhoneiros. A associação diz que "manifestantes e militantes partidários foram os principais autores da violência contra comunicadores".
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