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Prefeitura de SP espera mais de 3 milhões de pessoas na parada LGBT de 2019

Tulio Kruse

17/06/2019 16h39

Considerada a maior do mundo, a Parada LGBT de São Paulo tem expectativa de reunir público superior a 3 milhões de pessoas, segundo a Prefeitura da capital. É o mesmo número de simpatizantes que compareceram na última edição, em 2018. O evento ocorre no próximo domingo, 23.

Um total de 19 trios elétricos, um a mais do que no ano passado, se concentram na Avenida Paulista a partir das 10h e descem a Rua da Consolação até a Praça Roosevelt. Às 19h, um palco montado na Praça da República receberá alguns shows.

"Hoje, a gente não fala mais em números porque não tem mais importância", diz o vice-presidente da associação, Renato Viterbo. "Se tivermos de voltar para o chão, sem os trios elétricos, sem qualquer motivação, mesmo assim nós estaremos lá porque estamos reivindicando um direito."

Em sua 23ª edição, a parada terá a cantora Melanie C, ex-Spice Girl, como um dos principais nomes do evento. A cantora decidiu participar por iniciativa própria e procurou a organização, segundo a associação responsável pela parada. Entre as demais apresentações estão confirmadas Aretuza Lovi, Gloria Groove, Iza, Lexa, Luiza Sonza e MC Pocahontas.

Melanie C também estará em uma festa destinada à arrecadação de verbas da Associação da Parada do Orgulho LGBT, na sexta, 21, no clube Áudio.

Impacto

A expectativa da Prefeitura é que a Parada LGBT movimente pouco mais de R$ 288 milhões, valor estimado no ano passado. O investimento da gestão Bruno Covas é de R$ 1,8 milhão, que banca itens de infraestrutura como trios elétricos e as grades de segurança.

A Prefeitura também contratará 340 seguranças particulares para o evento. Segundo o prefeito Bruno Covas, além deles haverá 300 agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM), com o apoio de 60 viaturas, e 80 bombeiros civis. O governo estadual não divulgou qual será o efetivo de policiais militares dedicados ao evento.

A edição de 2019 também comemora 50 anos da revolta de Stonewall. Na ocasião, um grupo de gays, lésbicas, travestis e transexuais enfrentou autoridades após uma batida policial no hotel Stonewall Inn em Nova York, nos Estados Unidos. O levante, em junho de 1969, durou três dias e inspirou uma onda de protestos no país.

"Infelizmente, nada mais atual lembrar os 50 anos de Stonewall, exemplo de força, resistência, luta de direitos e respeito, em um ano em que a gente vê diretor de banco ser demitido porque contrata atores da comunidade LGBTI", disse o prefeito Bruno Covas, em referência a uma peça publicitária do Banco do Brasil, vetada pelo governo federal. "A Prefeitura participa, ajuda e colabora com a organização, com as mais variadas secretarias, pois é obrigação do poder público não apenas proteger, mas também celebrar a nossa diversidade."