PM jogando pessoas de pontes mostra que Tarcísio perdeu controle, diz FBSP
O vídeo de um policial militar arremessando um homem de cima de uma ponte em Diadema mostra que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), perdeu o controle sobre a tropa. A declaração foi feita por Samira Bueno, diretora do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), no Análise da Notícia, do Canal UOL, nesta terça-feira (3).
Eu não sei se ele pessoalmente está muito impactado com isso, mas me parece que o governador ficou preocupado. Como morreu Ryan, como teve agora o episódio do homem sendo jogado da ponte, outros como esse devem acontecer apenas numa tropa que está completamente descontrolada.
Samira Bueno, diretora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
Os casos citados pela diretora do fórum se referem à morte do pequeno Ryan da Silva Andrade Santos, de 4 anos, durante ação da Polícia Militar, em Santos (SP), no início de novembro, e de um homem não identificado que foi arremessado por um agente de cima de uma ponte, em Diadema (SP), no domingo (1º). Neste caso, a vítima sobreviveu.
A Polícia Militar matou 474 pessoas em ações policiais no estado de São Paulo, entre janeiro e setembro, segundo dados contabilizados pela própria Secretaria da Segurança Pública. A capital paulista lidera a lista de mortos com 122 casos, seguida de Santos, com 36, e São Vicente, 29. (Veja o balanço abaixo)
O [Guilherme] Derrite, ex-policial militar [e atual secretário de Segurança Pública], me parece que ele sabe que também está perdendo o controle da tropa. A grande [questão é se] o governador está disposto a bancar essa falta de controle da torre. Até quando vai ser justificado o crescimento dessas mortes?
Samira Bueno, diretora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
A diretora do FBSP também defendeu a criação de uma legislação específica para as câmeras corporais instaladas em fardas dos PMs.
É um equipamento de proteção individual para esse policial que também o protege. Quando eles estavam usando as câmeras da forma correta, a gente chegou aos menores números de policiais assassinados na história de São Paulo, numa estatística de 30 anos. A câmera serve para pegar o desvio, mas ela também é um instrumento que está produzindo prova, que apoia o defensor público, o promotor, o juiz numa decisão de um flagrante.
A câmera é boa para todo mundo, só não é para quem quer ser violento. Por isso que uma legislação nacional seria importante, porque a inexistência da câmera que grava ininterruptamente, ela só é boa ou para o corrupto ou para o policial violento.
Samira Bueno, diretora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
Os equipamentos instalados em fardas policiais não fazem gravações de forma ininterrupta. O secretário Guilherme Derrite informou que as câmeras serão acionadas apenas durante ocorrências. As antigas câmeras fornecidas à PM, antes da Motorola assumir, faziam gravações sem interrupção. Os novos equipamentos foram contratados a um custo de R$4,4 milhões mensais durante 30 meses, contados a partir de 18 de setembro deste ano
Mortes em ações policiais aumenta
A maioria das 474 pessoas mortas pela PM de São Paulo, em 2024, é formada por pessoas negras (255 pardos e 51 pretos). Ainda há 143 vítimas identificadas como brancas, enquanto as outras 25 pessoas não tiveram a cor da pele registrada.
O levantamento feito pelo UOL mostra ainda que 99% das vítimas são homens, como o estudante Marco Aurélio Cardenas Acosta. A capital paulista lidera a lista de mortos com 122 casos, seguida de Santos, com 36, e São Vicente, 29.
O Análise da Notícia vai ao ar às terças e quartas, às 13h e às 14h30.
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