Clube Militar do Exército convoca associados para atos contra o Congresso e STF
O jornal O Estado de S. Paulo teve acesso a um e-mail enviado pela instituição militar a um de seus associados. O comunicado inicia dizendo que a instituição entra em contato para "hipotecar sua solidariedade aos movimentos cívicos do próximo dia 15 de março de 2020 por todo o Brasil", e continua justificando que os atos são em apoio ao presidente da República, que estaria tentando "incrementar medidas saneadoras na economia e resgatar valores nacionais, ultimamente, vilipendiados".
A nota ainda diz que o Clube Militar do Exército adota uma posição de "total incentivo à governabilidade para nos tirar das dificuldades a que, ainda, estamos submetidos há, pelo menos, duas décadas". Os militares também falam em dar um basta à velha política, à impunidade e à corrupção.
Por fim, antes de indicar o horário e o local da concentração dos associados para o ato, a instituição militar ainda afirma que não se pode permitir que "se estabeleça um indevido 'parlamentarismo branco' se o nosso governo é presidencialista, o que foi definido constitucionalmente em plebiscito há muito pretérito".
Bolsonaro e a manifestação
As manifestações do presidente Jair Bolsonaro sobre o ato do dia 15 de maio, até aqui, foram marcadas por uma série de avanços e recuos. Após a polêmica envolvendo o compartilhamento de vídeos convocando a população para as manifestações, Bolsonaro declarou que caso o Congresso recuasse quanto ao controle do Orçamento, os atos perderiam força.
"Acredito que eles possam botar até um ponto final na manifestação, não um ponto final, porque ela vai haver de qualquer jeito, mas para mostrar que estamos, sim, afinados no interesse do povo brasileiro", afirmou durante viagem a Miami.
No entanto, nesta quarta-feira, 11, o perfil oficial da Secretaria de Comunicação do governo destacou no Twitter uma fala do presidente sobre os atos previstos para o próximo domingo, 15 de março, e que devem atacar o Congresso Nacional e o STF.
Nas aspas de Bolsonaro, ele nega que as manifestações sejam contra o Judiciário ou o Parlamento.
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