Covid-19: Autor de vídeo postado por Bolsonaro pode pegar seis meses de prisão
A Polícia Civil de Minas Gerais identificou hoje o autor do vídeo feito na Ceasa, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com informações falsas sobre desabastecimento de alimentos por causa da pandemia do novo coronavírus. A gravação exalta o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), pela tentativa de fazer com que a atividade econômica seja retomada.
Segundo informações da Polícia Civil, o autor do vídeo é trabalhador autônomo e tem 48 anos. O nome do suspeito não foi revelado. A corporação informou que ainda não há data para que seja ouvido, mas que o prazo para apresentação se encerra na segunda-feira, 6. O autor do vídeo poderá ser indiciado por alarme falso ou anunciar perigo inexistente, uma contravenção. A pena prevista é de prisão de quinze dias a seis meses.
O vídeo chegou a ser replicado por Bolsonaro em suas redes sociais. O material foi apagado, e o presidente pediu desculpas por ter divulgado a gravação. A Ceasa vem funcionando normalmente.
O vídeo, segundo as investigações, foi gravado no chamado Mercado Livre do Produtor (MLP), um local na Ceasa conhecido como Pedra, em que os produtores negociam seus produtos.
A gravação foi feita no dia 31 em momento ainda de movimento, mas, segundo a polícia, o autor buscou uma tomada de modo a tentar induzir que não havia qualquer fluxo de comércio naquele momento.
As investigações levantaram vídeos e fotos do momento em que a gravação foi feita. A movimentação no local, segundo a Polícia, começa por volta das 2h30 e segue até o final da manhã.
"Dada a gravidade do fato, o caso foi tratado por nós com absoluta prioridade, com a repercussão em âmbito nacional das imagens. Tivemos a oportunidade de identificar a pessoa que aparece no vídeo, responsável pela edição, criação do vídeo", afirmou o delegado Saulo Castro, de Contagem.
As apurações ainda não apontaram possíveis ligações do autor com partidos políticos, segundo a polícia. "Qualquer intuito maior, se provocar aumento de preços, ou trazer instabilidade política, tudo isso será apurado e apresentado ao final das investigações", disse o delegado Rodrigo Bustamante, que também participa do inquérito.
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