Polícia Civil abre inquérito e apura vídeo falso divulgado por Bolsonaro
A Polícia de Civil de Minas Gerais abriu uma investigação para apurar o vídeo gravado na Central de Abastecimento (Ceasa) de Contagem, na Grande Belo Horizonte. A gravação foi publicada hoje pela manhã pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas redes sociais e dava a entender que havia desabastecimento no local, o que foi negado. O vídeo foi apagado pelo mandatário horas depois.
Segundo o delegado Rodrigo Bustamante, a gravação foi feita "possivelmente" em um momento de higienização do espaço, quando não havia mais mercadorias, nem trabalhadores e clientes. "A Polícia Civil já iniciou a sua investigação para apontar a identificação de quem fez (o vídeo) e imputar a ele a responsabilização criminal que cabe ao fato", salientou o delegado.
Ainda conforme Bustamente, o órgão está atento a esse tipo de situação. "Nosso objetivo é continuar trabalhando e trazer tranquilidade à população mineira", complementou o delegado em vídeo gravado e divulgado nas redes sociais. Na gravação, a Polícia Civil salientou que se configura como contravenção penal "provocar alarme, anunciando desastre ou perigo inexistente, ou praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto", segundo o artigo 41 da Lei de Contravenções Penais.
A reportagem do UOL esteve no local nesta manhã e observou movimento normal, com os corredores da central com caixas com diversos tipos de alimento e produtores trabalhando. O vídeo foi postado pelo presidente cerca de 12 horas depois de ele baixar o tom de seu discurso e pedir um pacto nacional no combate ao novo coronavírus. Na mensagem que ele escreveu acompanhando o vídeo, Bolsonaro voltava a atacar prefeitos e governadores, mas sem citar nomes. Ele escreveu que o vídeo trazia "fatos e realidades que devem ser mostradas". "Depois da destruição, não interessa mostrar culpados".
*Com informações de Daniela Mallmann e Nathan Lopes
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