Aula presencial em pré-vestibular tem baixa adesão no interior de SP
Na cidade de São Paulo, a Prefeitura anunciou nessa quinta-feira, 17, a reabertura de escolas e faculdades a partir de outubro. Mas, procurado pela reportagem, o município ainda não informou sobre as regras específicas para os cursinhos.
O Anglo Sorocaba iniciou as aulas presenciais há três semanas. Apenas 20% dos cerca de 70 alunos mostraram interesse em retornar. "Acredito que por dois motivos. O primeiro, sem dúvidas: medo. E o segundo é que alunos de cursinhos já são mais maduros e estão conseguindo conduzir ensino a distancia. Então, para eles, têm sido mais tranquilo assistir aulas em casa", disse Carol Lyra, diretora pedagógica do Anglo Sorocaba.
A unidade tem aproveitado o ensino presencial como atividade de apoio. "Tem vindo um ou dois por dia. Tem dias que não vem ninguém. Aqui oferecemos acolhimento, que é um apoio psicológico neste momento, e também espaço para revisão e plantão de dúvidas", contou Lyra.
A preocupação maior dela nos últimos meses é com a evasão. A diretora conta que, dos 300 alunos que começaram o ano, apenas 70 continuam matriculados. Para 2021, Carol Lyra espera o retorno das aulas presenciais, mas informou que o cursinho oferecerá também a opção de o aluno fazer apenas aulas online, com a mensalidade 50% menor em relação ao ensino tradicional.
O Hexag Medicina retomou as aulas há seis semanas nas unidades de São José do Campos e Campinas, além do Rio de Janeiro - nas unidades da capital paulista e de Belo Horizonte ainda aguarda a liberação das prefeituras. A adesão também foi baixa no início, mas aos poucos os estudantes têm tido mais confiança em ir à escola.
Adilson Ferreira Junior, de 20 anos, está no terceiro ano de cursinho. Ele estuda na unidade de São José dos Campos e optou desde o início da reabertura em assistir as aulas presencialmente. "No começo tive certo receio, mas vi um vídeo que a direção fez para os alunos com todos os protocolos de segurança e me senti confortável em ir."
Ele vai de moto até o Hexag. "Na entrada, medem nossa temperatura. Há também um tapete higiênico na porta. Há diversas torres com álcool em gel espalhados. Os professores usam máscara e face shield (escudo facial). A gente usa máscara o tempo lá dentro", explicou.
Por causa dos protocolos do Plano São Paulo (o programa estadual de reabertura), as aulas presenciais no Hexag duram seis horas: das 7h às 13h. O ensino no período da tarde continua a distância para todos. "Para oferecer mais segurança, optamos também por colocar somente 16% dos alunos por classe e não os 35% conforme a recomendação", explicou Herlan Fellini, diretor pedagógico.
O rodízio dos alunos é feito por meio de lista, atualizada semanalmente. Dos cerca de 70 alunos da unidade, a média de presença na lista varia de 20 a 25. Junior explica que, por isso, a ida ao cursinho varia entre duas e três vezes por semana. "Vamos intercalando. A sala de aula é melhor do que em casa, para mim. Fico menos disperso. Sigo os horários melhor. O ano é bem atípico e voltar o ensino tem sido importante para minha concentração."
Expertise atrai alunos
Diferentemente do Anglo Sorocaba, o Hexag teve aumento dos alunos durante a pandemia. Isso porque o cursinho já era especializado no ensino a distância antes dos fechamentos das escolas. "A salas já tinham microfone embutido no teto, espuma acústica e os alunos podiam assistir presencialmente ou em casa. Então, no dia seguinte a determinação, em 18 de março, já estávamos prontos", explica Herlan Fellini.
O diretor conta que, somando todas as unidades, 76 alunos deixaram a instituição, mas 121 se matricularam ao longo da pandemia. O cursinho prepara para a próxima segunda-feira, 21, um novo método de ensino para avaliar a efetividade do ensino a distância. De acordo com Adolfo Brandão, diretor pedagógico do Hexag no Rio, a intenção é que o aluno estude sozinho o conteúdo e na sequência proponha a discussão do assunto com o professor.
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