Ambientalistas criticam relatório sobre poluição de SP e fazem sugestões
A conselheira do Consema Patrícia Bianchi, especialista em Direito Ambiental, apontou que "a sociedade tem o direito às informações corretas sobre a qualidade ambiental de sua região, assim como são necessárias as providências urgentes pelas autoridades responsáveis". Um exemplo é o Polo Industrial de Capuava, em Santo André. A pesquisadora Maria Ângela Zaccarelli, médica endocrinologista que pesquisa os efeitos da poluição na população da região, comenta que "os moradores próximos ao Polo estão cada vez mais assustados e pedindo soluções, pois estão sofrendo as consequências das doenças provocadas pela poluição atmosférica". Apesar de abordar a presença de poluentes nas águas de abastecimento público, não foi determinada uma solução definitiva.
As políticas públicas apresentadas não avançam em termos de análise quantitativa, diz o conselheiro Vilázio Lellis Jr., engenheiro agrônomo. Diante do volume de informações, o que é dito já é conhecido. "Não há o aperfeiçoamento das políticas públicas para correção das piores desconformidades ambientais existentes, como a presença de agrotóxicos na água de reservatórios para abastecimento humano", comenta Vilázio.
O tom genérico do relatório, assim, não dá espaço para apontar as reais medidas de proteção à população. Para o presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam), Carlos Bocuhy, "a falta de eficácia do relatório tem a ver com a falta de participação social no sistema de meio ambiente, já que o Consema tem sido ausente da discussão das políticas públicas de proteção ambiental". Ao não colocar a população como prioridade na construção do RQA 2020, a pesquisa torna-se ineficaz, estática e meramente burocrática, segundo Carlos, "sem apontar as reais intervenções necessárias na realidade para a melhoria da qualidade ambiental do Estado", afirma.
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