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Butantan e Fiocruz já apresentaram à Anvisa 100% dos documentos das vacinas

Diretoria colegiada da Anvisa fará reunião amanhã para decidir sobre a liberação ou não da CoronaVac e da vacina Oxford/AstraZeneca - Divulgação
Diretoria colegiada da Anvisa fará reunião amanhã para decidir sobre a liberação ou não da CoronaVac e da vacina Oxford/AstraZeneca Imagem: Divulgação

Fabrício de Castro

Em Brasília

16/01/2021 11h39

O Instituto Butantan e a Fiocruz já entregaram à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) 100% dos documentos necessários para liberação do uso emergencial das vacinas contra a covid-19 no Brasil. A diretoria colegiada da Anvisa fará reunião amanhã para decidir sobre a liberação ou não da CoronaVac e da vacina Oxford/AstraZeneca, cujos imunizantes serão distribuídos no País por Butantan e Fiocruz, respectivamente.

Nos últimos dias, a Anvisa ainda cobrava a apresentação completa de documentos para avaliação. Hoje, conforme dados atualizados do painel da agência sobre andamento da análise das vacinas, 44,86% dos documentos da CoronaVac já haviam sido analisados, enquanto 55,14% estavam em análise. No caso da vacina de Oxford/AstraZeneca, 49,45% do processo estava concluído e 50,55% estava pendente.

O Ministério da Saúde vem afirmando que, caso a Anvisa aprove o uso emergencial das vacinas neste domingo, a vacinação em todo o País começaria já na próxima quarta-feira (20). Como revelou o Estadão/Broadcast, o ministério planeja um evento, no Palácio do Planalto, para abrir oficialmente a campanha de vacinação.

Às vésperas do início da campanha, no entanto, houve um acirramento da guerra política em torno das vacinas. A Índia informou ontem ao Brasil que não pretende atender agora o pedido para liberação de 2 milhões de doses de vacinas da AstraZeneca/Oxford. O país asiático alegou "problemas logísticos" para liberar a carga ao Brasil.

A notícia frustrou o governo de Jair Bolsonaro (sem partido), que aposta na AstraZeneca/Oxford para se contrapor à CoronaVac — vacina chinesa ligada ao Instituto Butantan, do estado de São Paulo, comandado por João Doria (PSDB).

Bolsonaro e Doria são adversários políticos e miram a eleição presidencial de 2022. Ambos buscam aparecer como a primeira autoridade a viabilizar a vacinação no País.

Com a negativa dos indianos, o Ministério da Saúde solicitou a entrega "imediata" de 6 milhões de doses da CoronaVac pelo Instituto Butantan. Em ofício, o ministério afirmou que não há "previsão contratual de distribuição das doses de vacina a ser realizada diretamente pela Fundação Butantã". E disse que é "sua responsabilidade" a "atualização e coordenação do plano nacional de operacionalização da vacinação contra a covid-19".

O Butantan, por sua vez, questiona o Ministério da Saúde sobre a quantidade de doses que serão destinadas especificamente a São Paulo. O instituto afirma que poderia, assim, destinar as vacinas diretamente para a Secretaria Estadual de Saúde.