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Barreiras sanitárias e fiscalização não afastam banhistas do litoral de SP

Movimentação em praia de Santos (SP), nesta segunda-feira de Carnaval (15) - NAIR BUENO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Movimentação em praia de Santos (SP), nesta segunda-feira de Carnaval (15) Imagem: NAIR BUENO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Lucas Melo e Salim Burihan, Especiais para o Estadão

Santos e Caraguatatuba

15/02/2021 17h48Atualizada em 15/02/2021 19h49

Praias do litoral de São Paulo registraram movimento alto de veranistas nesta segunda-feira, 15, apesar do cancelamento de ponto facultativo do carnaval pelas prefeituras, conforme decisão do governo estadual, por causa da pandemia do novo coronavírus. Segundo a Ecovias, 265 mil veículos desceram ao litoral paulista desde sexta-feira, 12, sendo que 200 mil já retornaram.

Em Guarujá, está permitida a disponibilização, por cada ambulante ou quiosque, de no máximo dez guarda-sóis, com duas cadeiras cada. Para hotéis, pousadas e condomínios, a regra tem uma diferença: a oferta está restrita a um guarda-sol e duas cadeiras para cada quarto ou unidade habitacional.

Porém, mesmo com as medidas adotadas pelo poder público municipal, foi possível identificar aglomeração em alguns pontos da faixa de areia. "Para uma segunda-feira a praia está cheia, mas o consumo está bem abaixo. Até agora só vendi meia porção de peixe e uma de batata. No sábado e domingo, foi melhor", disse a ambulante Vanessa Souza, 37 anos.

As cidades da Baixada Santista realizaram no final de semana barreiras sanitárias para orientar os turistas quanto às medidas de prevenção contra a covid-19. "No final de semana havia mais gente porque tinha o pessoal que faz o bate-volta. Eles vêm e ficam apenas no final de semana", afirmou o ambulante José Martins, 56 anos.

Já no litoral norte, o movimento de banhistas permaneceu bem abaixo do esperado nesta segunda. Comerciantes estimam uma queda no faturamento de até 70% em comparação ao mesmo período no ano passado. Em São Sebastião e Caraguatatuba, as prefeituras limitaram a capacidade dos estabelecimentos na orla. Em Ubatuba, mesas e cadeiras na faixa de areia foram proibidas.

Para o comerciante Valdir Zapelão, de 70 anos, do Quiosque Golfinhos, na Praia Grande, a mais procurada de Ubatuba, este é o pior carnaval dos 24 anos que administra o estabelecimento. "O movimento está 70% abaixo do registrado em anos anteriores", disse. "Há pouca gente e poucos dias. Para complicar, existem as restrições impostas pela prefeitura: proibiu mesas e cadeiras na areia da praia, e permitiu apenas 40% da ocupação no interior do estabelecimento."

Stefhane Carmo, que trabalha no Quiosque Canto Bravo, na Praia Martim de Sá, a mais frequentada de Caraguatatuba, avalia que o movimento está 60% menor que o registrado no mesmo período do ano passado. "Nem parece uma segunda-feira de carnaval. Tem pouca gente na praia", comentou. A prefeitura da cidade autorizou que quiosques coloquem mesas e cadeiras na areia.

Em Maresias, destino badalado da costa sul sebastianense, o movimento de banhistas foi maior, embora seja limitado pelas regras impostas pela prefeitura aos quiosques. O Kanaloa, por exemplo, tinha suas 18 mesas ocupadas nesta manhã. "A queda no movimento deve-se ao limite de mesas liberadas pela prefeitura. No ano passado, trabalhamos com 45 mesas, todas lotadas diariamente. Se pudéssemos ampliar o número, hoje, não faltariam clientes", afirmou Jairo Salgado, gerente do estabelecimento.