Lula reforça articulação com Renan e o 'velho MDB'
Pedro Venceslau
24/04/2021 08h00Atualizada em 24/04/2021 10h13
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu intensificar as articulações políticas com o Centrão e o MDB e fazer, em maio, a primeira viagem após a maioria do STF (Supremo Tribunal Federal) confirmar a decisão que julgou o ex-juiz Sergio Moro parcial no processo em que condenou o petista no caso do triplex do Guarujá (SP).
Após participar, no próximo sábado, de ato organizado pelas centrais sindicais para celebrar o Primeiro de Maio, o ex-presidente deve ir, na terça-feira (4), a Brasília para uma série de encontros presenciais com parlamentares e líderes.
Segundo petistas, as conversas visam restabelecer pontes com quadros do MDB, especialmente do Nordeste, onde a sigla é mais próxima ao petista, e com dirigentes de partidos do Centrão, como PSD e Solidariedade.
Cotado para ser o relator da CPI da Covid do Senado, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) será recebido pelo ex-presidente e vai ajudar no diálogo com a sigla. A "Coluna do Estadão" revelou ontem que Lula telefonou para caciques emedebistas do Norte e Nordeste e disse que representa o "centro" no tabuleiro eleitoral.
Os petistas querem atrair o chamado "velho MDB", formado por nomes como José Sarney, Renan e Jader Barbalho, para tentar neutralizar a ala bolsonarista do partido, concentrada nas Regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste.
Além de conversar com deputados e senadores do próprio partido, o ex-presidente também espera em Brasília reforçar os laços com parlamentares do PSB, partido que é considerado prioridade na formação do palanque para 2022.
Segundo dirigentes do PT, a ideia original de Lula, que já tomou a segunda dose da vacina contra a covid-19, era fazer uma caravana que começaria pelo Nordeste. O projeto, porém, foi adiado devido ao agravamento da pandemia. Em Brasília, o ex-presidente vai restringir o número de convidados nos encontros, que serão em um "ambiente controlado".
O ex-presidente intensificou também as conversas com o deputado Paulinho da Força (SD-SP) e com dirigentes da Força Sindical. No plano regional, o PT quer ainda reforçar sua estrutura em São Paulo, maior colégio eleitoral do país.
Derrotado no segundo turno na eleição presidencial de 2018, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) trocou a agenda nacional de antes do julgamento do STF por outra focada no estado, onde é o mais cotado para disputar o Palácio dos Bandeirantes.
As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".