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Bolsonaro diz que tem 10% do STF com presença de ministro Kassio Nunes Marques

Ministro Luiz Fux e o presidente Jair Bolsonaro durante a sessão de Abertura do Ano Judiciário.  -  Fellipe Sampaio SCO/STF
Ministro Luiz Fux e o presidente Jair Bolsonaro durante a sessão de Abertura do Ano Judiciário.
Imagem: Fellipe Sampaio SCO/STF

Eduardo Gayer

Do Estadão Conteúdo, em Brasília

09/11/2021 16h51

No dia em que o STF (Supremo Tribunal Federal) julga a suspensão do chamado "orçamento secreto", o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que tem "10%" dele na Corte com a presença do ministro Kassio Nunes Marques, indicado pelo chefe do Executivo em 2020.

Não é que eu mande no voto do Kassio, mas o que eu podia apresentar naquele momento para o Senado —que vota pro Supremo, não sou eu, quem vota é o Senado— era o Kassio. Presidente Bolsonaro em entrevista ao canal bolsonarista Jornal da Cidade Online

Hoje, o STF tem apenas 10 ministros, e não 11, já que a vaga deixada pelo ex-magistrado Marco Aurélio Mello ainda não foi preenchida. O indicado pelo governo para o posto, André Mendonça, aguarda sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado há quatro meses.

À publicação, Bolsonaro voltou a defender a indicação de Mendonça à Suprema Corte. "Queria que as pessoas que são contra o André falassem que são contra o André. Olha, eu sou contra por causa disso. Mas não tem. São contra pela independência dele, por conta da religiosidade", afirmou.

Um dia após dizer que a ministra Rosa Weber apresentou argumentos injustos ao suspender em caráter liminar o orçamento secreto, esquema revelado em maio pelo Estadão/Broadcast Político, o presidente ainda defendeu o direito de se criticar magistrados, mas não a Corte.

"O pessoal critica muito o Supremo Tribunal Federal. Acho que você tem que criticar os ministros. Ministro do Supremo, TCU, parlamentares. A instituição como um todo, não", declarou.

Até o momento, seis ministros do Supremo já acompanharam a decisão de Rosa Weber em favor da suspensão do orçamento secreto, mecanismo de distribuição de emendas parlamentares sem transparência: Cármen Lúcia, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Ricardo Lewandowski e Alexandre de Moraes, formando assim a maioria para confirmar a decisão provisória da ministra Rosa Weber. Kassio Nunes Marques ainda não se manifestou.