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Deputada atacada por Ratinho diz que vai à Justiça por direito de resposta

Em programa de rádio, Ratinho sugeriu "pegar uma metralhadora" contra Bonavides por causa de Projeto de Lei - Pedro Valadares/Câmara dos Deputados
Em programa de rádio, Ratinho sugeriu 'pegar uma metralhadora' contra Bonavides por causa de Projeto de Lei Imagem: Pedro Valadares/Câmara dos Deputados

Matheus de Souza

Em São Paulo

11/01/2022 12h18Atualizada em 11/01/2022 12h22

A deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) anunciou que irá recorrer ao Judiciário após o apresentador Carlos Roberto Massa, o Ratinho, se negar a veicular direito de resposta no programa de rádio dele.

No mês passado, em crítica a um projeto de lei de autoria da deputada, Ratinho sugeriu "eliminar" a parlamentar.

"Depois de falar em sua emissora de rádio que pessoas como eu deveriam ser eliminadas, sugerindo que se pegue em metralhadoras, o apresentador Ratinho recusou a divulgação do nosso direito de resposta. Já recorremos ao judiciário", publicou a deputada nas redes sociais.

Segundo Natália, o direito de resposta "evidencia as mentiras contadas no programa e mostra a necessidade urgente de enfrentar a intolerância e o preconceito". A recusa em divulgá-la é uma confirmação daquilo que foi dito", acrescentou.

Em 15 de dezembro, Ratinho sugeriu "pegar uma metralhadora" contra Bonavides, após ela apresentar um Projeto de Lei que acaba com os termos "marido e mulher" em celebrações de casamento.

"A gente tinha que eliminar esses loucos. Não dá para pegar uma metralhadora?", disse Ratinho.

O apresentador também proferiu ofensas machistas, recomendando que a deputada fosse "costurar as calças e lavar a cueca de seu marido".

A negativa do jornalista para veicular a resposta no programa "Turma do Ratinho", da rádio Massa FM, foi revelada pelo portal Metrópoles.

Em resposta à Procuradoria da Câmara, onde tramita uma denúncia sobre o episódio, o empresário não recuou dos ataques proferidos à parlamentar.

Segundo a defesa de Ratinho, o apresentador usou "linguajar popular" para criticar a deputada, "na condição de um cidadão comum" e "sem qualquer pretensão" de destratar, ameaçar ou prejudicar a parlamentar.

O PL apresentado por Natália sugere mudar o Código Civil para substituir o termo "marido e mulher", previsto dessa forma no artigo 1.535, para "declaro firmado o casamento".

A alteração valeria somente para a celebração matrimonial em cartório. Falando ao Estadão em dezembro, a deputada argumentou se tratar de uma "alteração simples" com o objetivo de "incluir termos que valham para todos os casais, todas as famílias".