Parada do Orgulho LGBT volta às ruas de SP neste domingo e quer atrair milhões
Estreante na parada, a supervisora pedagógica Ilana Rangel, de 24 anos, veio com as amigas de Maricá, no Rio, para participar do evento. Para ela, ter a parada virtual estava longe de ser ideal. "Foram dois anos péssimos. O movimento é rua."
Amiga de Ilana, Samara Rodrigues, de 23, conta que está emocionada por também poder fazer parte do evento pela primeira vez. Estar na Avenida Paulista, segundo ela, mostra que a comunidade existe. Samara destaca que votar, neste ano, significará resistência e sobrevivência. "Precisamos votar em quem defende a nossa vida."
O mineiro Jean Maia, de 26 anos, concorda que participar da parada em ano de eleição é sempre muito importante. Ele conta que, em 2018, se retraiu e sentiu medo. Mas diz que neste ano será diferente. "A parada é um protesto. Vamos mostrar que estamos aqui, presentes."
Lutar em prol da comunidade também é o objetivo de Mirian da Silva, de 62 anos. "Ser LGBT se tornou mais viável, mas temos de continuar lutando. Mudar nossa política", afirma Mirian.
O professor Francisco Za Salles, de 39 anos, veio de Itatira, no Ceará, para estar neste domingo na Paulista. "É um ano muito importante para a gente", destaca o professor. "Precisamos dar um basta."
Para Renato Viterbo, vice-presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOLGBT-SP), o tema deste ano, "Vote com orgulho: por uma política que representa", é uma chance de mostrar a importância do voto "para pessoas gerais", de esquerda ou direita. "Essas são as políticas públicas que teremos para os próximos quatro anos. A intenção é votar em pessoas LGBTs e aliadas e que o público entenda o tanto que isso vai refletir também na sua família e no entorno", afirmou em entrevista que o Estadão publicou na sexta-feira, 17.
Entre os nomes com apresentações já confirmadas para a Parada do Orgulho LGBT+ deste ano estão Pabllo Vittar, Aretuza Lovi e Luísa Sonza, além de artistas independentes da comunidade LGBT+, como Ariah, o coletivo Quebrada Queer e Ana Dutra. O evento será transmitido online pelos canais oficiais da APOLGBT-SP.
Saúde
A Secretaria de Saúde municipal anunciou que contará com três tendas instaladas ao longo da Parada. A ação faz parte da "Semana do Orgulho LGBT+" organizada pela Coordenadoria de IST/Aids. As barracas terão materiais educativos e insumos de prevenção, além de contar com agentes especializados. Será oferecida aos participantes testagem rápida de HIV e sífilis. E haverá distribuição de preservativos e autoteste para o vírus da Aids.
Segurança
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que mais de 2 mil policiais militares e 254 viaturas farão o patrulhamento do evento. A ação terá do apoio do Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran), do Corpo de Bombeiros e do Grupamento de Radiopatrulha Aérea (GRPAe), que sobrevoará o local com os helicópteros.
A Secretaria destacou que o Estado tem unidade policial especializada nas investigações de crimes de homofobia, a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Vítimas e testemunhas podem entrar em contato com a unidade por meio do telefone (11) 3311-3555 ou pelo e-mail decradi@policiacivil.sp.gov.br. Ela também investiga denúncias recebidas através de diversos órgãos, com os Disque 100 e 180.
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