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Com apoio de Lula, Ceciliano se mantém na disputa pelo Senado no Rio

Lula e Marcelo Freixo posam com o deputado estadual André Ceciliano, pré-candidato do PT ao Senado no Rio - Ricardo Stuckert/ Divulgação
Lula e Marcelo Freixo posam com o deputado estadual André Ceciliano, pré-candidato do PT ao Senado no Rio Imagem: Ricardo Stuckert/ Divulgação

Rayanderson Guerra

05/07/2022 19h22

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano, indicado pelo PT para concorrer a uma vaga ao Senado na chapa do deputado Marcelo Freixo (PSB), afirmou nesta terça-feira, 5, que os dois partidos vão cumprir o acordo firmado pelas direções nacionais e manter seu nome na disputa até o fim. Ceciliano está no meio de uma disputa entre Freixo, o diretório nacional do PT e o deputado Alessandro Molon (PSB), presidente da sigla no Estado e também pré-candidato ao Senado. Enquanto o parlamentar diz que não abrirá mão de sua candidatura, Freixo e os petistas acusam Molon de quebrar um acordo firmado a nível nacional.

As divergências sobre quem será o candidato ao Senado apoiado por Lula no Estado se arrastam há meses. De um lado, petistas afirmam que o partido abriu mão de uma candidatura própria ao governo do Estado para apoiar Freixo em troca da indicação do nome ao Senado na chapa. Já Molon disse em entrevista ao jornal O Globo, nesta terça-feira, que nunca houve um entendimento para que ele abrisse mão de sua postulação ao Senado.

"Temos um acordo e quero perseguir esse acordo. Eu estou tranquilo. Meu partido está tranquilo. A primeira coisa que perguntei ao presidente Lula foi: "o senhor vai apoiar quem no Rio de Janeiro para o Senado?" Ele até falou um palavrão... "Seu filho da... Já não te falei que é você". Então, presidente. Esquece, esquece", afirmou o presidente da Alerj, André Ceciliano, durante almoço com empresários na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ)

Segundo Ceciliano, ele não é "candidato de si mesmo" e que irá construir uma candidatura ampla que não converse apenas com a esquerda.

"Muita gente no partido queria que eu fosse candidato a governador, inclusive o Eduardo Paes. Ele disse ao presidente Lula que só abria mão do Felipe Santa Cruz se eu fosse candidato pelo PSD. Disse isso ao Lula na minha casa há duas semanas. Eu disse que não sairia do PT e seria candidato ao Senado", disse.

A insistência de Molon ameaça o acordo firmado pelos petistas com o PSB no Rio. O presidente do PT João Maurício de Freitas diz que o partido pode desfazer o acordo para apoiar Freixo caso Molon não desista da candidatura. O entendimento é que a chapa deverá ter apenas um candidato, Ceciliano.

Freixo chegou a fazer uma cobrança pública a Molon para que ele cumpra o acordo e retire seu nome da disputa.

A crise na esquerda fluminense ganhou novas dimensões às vésperas de uma visita do ex-presidente Lula e do candidato a vice, Geraldo Alckmin no Estado. Na quinta-feira, 7, Lula, Freixo, André Ceciliano e Molon devem subir no palanque do ex-presidente em evento na Candelária, no centro da cidade.

O imbróglio chegou ao diretório nacional dos partidos, que buscam uma saída para as divergências. Lula já deixou claro que apoiará Ceciliano e Freixo. Já o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, diz que Molon é candidato e que o PT deve um tratamento melhor ao deputado.