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Onda de violência faz São Vicente (SP) cancelar Carnaval

Baixada Santista registro crescimento da violência na região; soldado da Rota foi morto em Santos Imagem: Reprodução de vídeo - Cedido ao UOL

10/02/2024 08h46

A Prefeitura de São Vicente cancelou o Carnaval na cidade em razão do aumento da violência no litoral paulista nas últimas semanas. A decisão foi publicada ontem (9), em edição extra do Diário Oficial.

De acordo com a administração municipal, a medida foi tomada em acordo com a Liga Carnavalesca de Blocos e Bandas Vicentina. As bandas e os blocos que tinham previsão para se apresentar nos dias 9, 10, 12, 13 e 17 de fevereiro terão as apresentações adiadas. As novas datas não foram divulgadas.

Paulo Bonavides, secretário de Turismo e presidente da Comissão de Carnaval 2024, afirma que a decisão foi tomada considerando "os últimos acontecimentos envolvendo a segurança pública no município de São Vicente e na região da Baixada Santista", e afirma que o cancelamento dos eventos visa "a preservação e integridade dos foliões e organizadores de blocos e bandas carnavalescas".

Nas redes sociais, o prefeito Kayo Amado (Podemos) diz que a decisão de cancelar "não é fácil", mas considera "acertada". "Diante dos últimos ocorridos, após diálogo e entendimento com a Liga Carnavalesca de Blocos e Bandas Vicentina, consideramos que o adiamento das bandas e blocos que iriam se apresentar nos dias 9, 10, 12, 13 e 17 de fevereiro é a decisão mais acertada, diz.

"Entendemos que essa é a melhor decisão no momento, e que nos próximos dias teremos condições mais favoráveis para receber os foliões e suas famílias num ambiente onde vai prevalecer a alegria. Conto com a compreensão de todos. Não é uma decisão fácil", completou.

Aumento da violência

Na últimas semanas, a Baixada Santista registrou um crescimento da violência na região. Confrontos entre policiais e criminosos aumentaram desde a morte do soldado Samuel Wesley Cosmo, da Rota, durante uma incursão no bairro Bom Retiro, em Santos, na sexta-feira (2) Em dois dias, sete pessoas foram mortas pela Polícia Militar.

Uma delas foi catador de produtos recicláveis José Marcos Nunes da Silva, que morava em um barraco em São Vicente, e foi morto por polícias da Rota, no último sábado (3). Parentes afirmaram ao Estadão que ele não tinha envolvimento com tráfico de drogas. A Secretaria de Segurança Pública disse que as circunstâncias relativas ao caso estão sendo investigadas.

A morte do cabo José Silveira dos Santos, do Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), fez o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, transferir o seu gabinete da capital para a sede do Comando de Policiamento do Interior Seis (CPI-6), em Santos.

A secretaria também prevê o aumento do efetivo no litoral de São Paulo como reforço na Operação Verão. A região será atendida por homens do 6º Baep do ABC, e do 15.º Baep de Guarulhos.

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