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Cartas entre Pirandello e Abba são doadas para museu em Roma

26/07/2016 19h24

ROMA, 23 JUL (ANSA) - Cerca de 300 cartas trocadas entre o famoso dramaturgo Luigi Pirandello e a renomada atriz Marta Abba entre 1926 e 1936 foram doadas pelo neto da italiana à casa/museu do escritor em Roma, o Istituto di Studi Pirandelliani e sul Teatro Contemporaneo.   


As cartas esclarecem um pouco a intensa e íntima relação que os dois tiveram mesmo com a considerável diferença de idade de 37 anos. Pirandello e Abba se conheceram em 1925, quando a jovem se tornou a atriz principal do Teatro dell'Arte, fundado pelo dramaturgo, e da sua companhia, que viajava pela Itália e pelo exterior com inúmeras apresentações escritas pelo gênio italiano.   


Para alguns biógrafos, a relação dos dois se tratou mais de uma relação de amor do que de uma parceria profissional, no entanto, para outros, os dois tinham apenas um vínculo platônico, onde a atriz admirava imensamente o escritor e o dramaturgo demonstrava um envolvimento muito mais forte e íntimo com a sua amada, como pode ser percebido nas cartas.   


Pirandello escrevia frases apaixonadas, como "ah, minha Marta, para continuar a trabalhar como estou trabalhando me faz falta pensar que você sempre será a mesma para mim" ou "escreva-me, se faça escutar, tenho toda a minha vida depositada em você, minha arte é você, sem a sua respiração ela morre". Já Abba era mais discreta e formal, encerrando cartas com frases como "com muito carinho", "até logo, querido professor, fique de bom humor que o mundo é nosso" ou apenas "pense em mim por que eu gosto muito de você".   


Quase todas as cartas já foram publicadas anteriormente, porém, agora com elas nas mãos, o museu pode analisar se algumas delas ainda são inéditas e nunca foram vistas pelo público. Mais de 50 anos depois das cartas terem sido escritas, agora elas finalmente voltaram para a casa da Via Antonio Bosio 13 B, em Roma, remetente e destinatário de grande parte delas.   


No local, que foi a residência na qual Pirandello viveu seus últimos anos, também se encontram expostos manuscritos de obras como "Henrique IV", de 1921, o certificado do prêmio Nobel de Literatura que o dramaturgo ganhou em 1934, além de toda a biblioteca pessoal do italiano. (ANSA)
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